Portugal enfrenta uma atividade epidémica de gripe em crescimento, com impacto significativo na mortalidade entre os idosos com mais de 85 anos e nas mulheres, anunciou hoje o Instituto Nacional de Saúde Ricardo Jorge (INSA).
Segundo o boletim de vigilância epidemiológica, que analisa os vírus respiratórios no período entre 30 de dezembro e 5 de janeiro, o país apresenta uma “atividade gripal epidémica com tendência crescente”. Este aumento de casos tem sido acompanhado por uma mortalidade acima do esperado no referido grupo etário e no sexo feminino.
Desde o início da época 2024/2025, os laboratórios da Rede Portuguesa de Laboratórios para o Diagnóstico da Gripe e Outros Vírus Respiratórios notificaram 41.778 casos de infeções respiratórias, dos quais 4.341 foram identificados como gripe. Apenas na última semana, foram detetados 1.048 casos positivos para o vírus da gripe.
A gravidade da situação também é sentida nas unidades de cuidados intensivos (UCI). Das 16 unidades que reportaram dados, oito casos de gripe foram registados na última semana, dos quais quatro apresentavam doenças crónicas e sete tinham recomendação para vacinação, mas apenas um paciente estava vacinado. A proporção de internamentos devido à gripe em UCI subiu de 2,9% para 5,5% em relação à semana anterior.
Além da gripe, o vírus sincicial respiratório (VSR) continua a ser monitorizado. Na atual época, foram registados 221 internamentos de crianças com menos de 24 meses, com 6,3% dos casos a necessitarem de cuidados intensivos ou ventilação, mas a tendência de internamentos mantém-se estável.
O Programa Nacional de Vigilância, que vigora entre outubro e maio, coordena o acompanhamento das infeções respiratórias através de redes de médicos-sentinela, laboratórios, serviços de urgência e UCI. Com o aumento da pressão sobre os cuidados de saúde primários e hospitalares, vários hospitais já ativaram os seus planos de contingência para responder à procura crescente.
As autoridades reforçam a importância da vacinação sazonal, que já imunizou mais de 2,3 milhões de pessoas contra a gripe e cerca de 1,5 milhões com a dose de reforço contra a covid-19 desde 20 de setembro. A vacinação continua a ser a medida mais eficaz para prevenir complicações graves associadas a estas infeções respiratórias.
Com o inverno a intensificar a propagação dos vírus respiratórios, as autoridades de saúde apelam à adesão às campanhas de vacinação e à adoção de medidas preventivas, como a higienização frequente das mãos e o uso de máscara em ambientes de maior risco.
© Facebook/Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge