Na noite de 13 para 14 de junho de 1986, a serra de Águeda foi palco de uma das maiores tragédias no historial dos bombeiros portugueses. Quatro elementos dos Bombeiros Voluntários de Anadia, nove dos Bombeiros Voluntários de Águeda e três civis perderam a vida no combate a um violento incêndio florestal, deixando um rasto de dor que permanece presente quatro décadas depois.
O fatídico incidente ocorreu durante uma operação particularmente difícil, marcada por condições meteorológicas adversas, terreno acidentado e falta de meios, numa altura em que o sistema de proteção civil português ainda estava em desenvolvimento. A tragédia não só chocou o país como levou à reflexão sobre a necessidade urgente de reformular estratégias de segurança e prevenção em cenários de combate a incêndios.
Neste 13 de junho de 2025, exatamente 39 anos volvidos, a cidade de Águeda e toda a região prestam homenagem emocionada aos 16 homens que tombaram ao serviço da comunidade. A cerimónia de evocação decorre em ambiente de profundo respeito e saudade, com o som do silêncio a marcar o momento de homenagem àqueles que deram a vida pela causa que abraçaram: proteger o próximo.
Lista das vítimas mortais da tragédia de 1986:
Bombeiros Voluntários de Anadia:
- Manuel Luís de Jesus Pinheiro
- Armindo Martins Heleno
- Jorge Manuel Martins dos Santos
- José Augusto Silva Rolo
Bombeiros Voluntários de Águeda:
- Abel Ferreira
- António Eduardo da Conceição Pires
- Armando Rodrigues Cardoso Loura
- Arsénio de Oliveira e Silva
- José António Pereira de Matos
- Cândido Oliveira Marques
- Domingos Amorim Braz
- Fernando António de Jesus Rocha Guerra
- Luís da Graça Gonçalves
Civis:
- Abílio Dias Henriques
- Manuel Domingos Bela
- Carlos Alberto Baptista da Cruz
Com o passar dos anos, a tragédia da serra de Águeda tornou-se símbolo da coragem, entrega e sacrifício dos bombeiros portugueses. Um marco trágico que continua a inspirar medidas de segurança, formação e planeamento nos teatros de operações, para que nunca mais se repita uma perda tão severa.
Hoje, Águeda está de luto, mas também de pé, firme na memória e na gratidão eterna por todos aqueles que tombaram de farda vestida, no cumprimento do dever.