Um aluno de 12 anos da EB 2,3 de Valongo do Vouga, em Águeda, foi violentamente agredido por colegas mais velhos na passada segunda-feira, 27 de outubro. O episódio, que terá ocorrido no interior do recinto escolar, está a causar forte preocupação entre a comunidade educativa e motivou já a intervenção das autoridades.
Segundo informação confirmada pelo Notícias de Águeda, o aluno foi assistido no Serviço de Urgência do Hospital de Águeda dois dias após a agressão, na noite de terça-feira, 29 de outubro. No relatório médico, a que o nosso jornal teve acesso, é referido que o jovem “terá sido agredido na escola”, apresentando “dor à palpação da nuca, escoriação no cotovelo esquerdo, equimose no flanco esquerdo, crosta inferior à patela direita e equimose em absorção na face anterior da coxa esquerda”.
O documento, assinado pelo médico Pedro Dâmaso Freitas, descreve lesões compatíveis com agressão física e indica tratamento com paracetamol em SOS, além de recomendações para vigilância de sinais de agravamento clínico.
Agressão alegadamente premeditada
De acordo com vários testemunhos recolhidos junto da comunidade escolar, o incidente poderá ter sido planeado previamente por um grupo de alunos do 9.º ano. A vítima, estudante do 7.º ano, terá sido abordada à chegada à escola e cercada por um grupo de cinco ou seis colegas, que o terão atingido com pontapés na cabeça, no tronco e nas pernas, chegando mesmo a apertar-lhe o pescoço, o que terá levado a um episódio de falta de ar momentânea.
Fontes próximas da escola indicam que o caso foi prontamente comunicado à direção do estabelecimento e à GNR, que terá deslocado meios ao local para recolher informação e iniciar diligências de inquérito.
Clima de insegurança
O Notícias de Águeda apurou que este não é um caso isolado. Há registos de outros episódios de violência e intimidação envolvendo alunos mais velhos, bem como denúncias sobre comportamentos de ameaça dirigidos a assistentes operacionais e docentes.
Funcionários da escola terão já manifestado receio perante a existência de grupos de alunos organizados — descritos por vários testemunhos como “gangues” — que agem com impunidade e criam um ambiente de medo e desordem no recinto escolar.
Outro incidente recente envolveu a gravação indevida de alunos mais novos nos balneários por estudantes de turmas superiores, um caso que também estará a ser analisado internamente.
Comunidade pede medidas urgentes
Pais e encarregados de educação pedem agora ações concretas para reforçar a segurança nas escolas, apelando a uma presença mais regular das forças de segurança junto dos estabelecimentos e a políticas mais firmes de combate ao bullying e à violência escolar.
A situação em Valongo do Vouga relança o debate sobre o clima de insegurança e a falta de autoridade nas escolas públicas, um tema que tem vindo a ganhar expressão em várias regiões do país e que exige, segundo especialistas, uma resposta concertada entre o Ministério da Educação, as forças policiais e as autarquias.
O Notícias de Águeda continuará a acompanhar o desenrolar deste caso e a recolher esclarecimentos junto da direção do agrupamento, das autoridades competentes e dos serviços de saúde.

