O comandante dos Bombeiros Voluntários do Fundão, José Sousa, apresentou esta sexta-feira a sua demissão, na sequência da polémica que envolve alegados abusos sexuais cometidos no interior do quartel, no âmbito de uma praxe. A informação foi avançada pela SIC Notícias.
A decisão surge depois de um jovem bombeiro de 19 anos ter denunciado às autoridades que foi alvo de atos sexuais violentos, alegadamente praticados por colegas durante uma praxe ocorrida em setembro. A vítima contou com o apoio imediato do Comando, que, segundo a Polícia Judiciária, colaborou “em todo o momento” com a investigação.
Na terça-feira, 25 de novembro, onze elementos da corporação foram detidos por suspeitas da prática do crime de agressão sexual. Após primeiro interrogatório judicial, o Tribunal determinou várias medidas de coação, incluindo a proibição de contactos com a vítima, de se aproximarem a menos de 500 metros da sua residência ou local de trabalho, e de contactos com os restantes arguidos e testemunhas. Oito dos detidos ficaram ainda impedidos de frequentar as instalações do quartel.
O Tribunal considerou existirem “perigos de continuação da atividade criminosa, perturbação do decurso do inquérito e perturbação da ordem e tranquilidade públicas”, tendo em conta os elementos de prova reunidos até ao momento.
Face à gravidade dos factos, José Sousa entendeu não estarem reunidas as condições para permanecer no cargo. Antes de anunciar a demissão, o agora ex-comandante tinha já determinado a abertura de um processo de inquérito interno, cujo resultado deverá articular-se com a investigação desenvolvida pela Polícia Judiciária.
Questionado anteriormente sobre uma eventual suspensão dos suspeitos, José Sousa tinha afirmado que, “neste momento, não há motivo para os suspender”, posição que deverá agora ser reavaliada pela direção da corporação na sequência da sua saída.
Notícia atualizada às 15h00.
