Nos últimos dias, a população da Margem Sul do Tejo e outras regiões de Portugal tem enfrentado uma série de encerramentos nos serviços de urgência hospitalar, especialmente nas áreas de obstetrícia, ginecologia e pediatria. Estes encerramentos têm gerado uma crescente preocupação entre os utentes e os profissionais de saúde, que alertam para as dificuldades no acesso a cuidados essenciais.
Na Margem Sul do Tejo, os efeitos mais visíveis desta situação ocorrem nos hospitais de São Bernardo (Setúbal), Garcia de Orta (Almada) e Nossa Senhora do Rosário (Barreiro), onde as urgências de obstetrícia e ginecologia foram encerradas. Além disso, as urgências pediátricas do hospital do Barreiro e do hospital de Setúbal também fecharam portas, agravando ainda mais as limitações de acesso a cuidados de saúde na região.
A situação não se restringe à Margem Sul. Na região de Lisboa e Vale do Tejo, os utentes enfrentam igualmente desafios com o encerramento das urgências de obstetrícia do Hospital de Santa Maria (Lisboa), a urgência de pediatria do Hospital Beatriz Ângelo (Loures), e a urgência de obstetrícia e ginecologia do Hospital de Santarém. Estes encerramentos forçam as populações a procurar alternativas, muitas vezes em locais distantes, aumentando o tempo de resposta em casos de emergência.
No Centro do país, os hospitais de Santo André (Leiria) e das Caldas da Rainha também viram as suas urgências de obstetrícia e ginecologia encerradas, limitando ainda mais o acesso a estes serviços. No Norte, a urgência pediátrica do Hospital de Chaves está igualmente encerrada, enquanto a Sul, o Hospital de Portimão fechou a sua urgência de obstetrícia.
Além destes encerramentos, o serviço de atendimento complementar de pediatria de Viseu e a urgência pediátrica do Hospital Amadora-Sintra estiveram também encerrados, com o último a operar apenas entre as 20:00 e as 08:00. O Hospital Prof. Dr. Fernando Fonseca (Amadora-Sintra) e o Hospital Beatriz Ângelo (Loures) têm agora as suas urgências de obstetrícia e ginecologia referenciadas, ou seja, apenas acessíveis a casos internamente identificados ou referenciados pelo Centro de Orientação de Doentes Urgentes (CODU) do INEM ou pela linha SNS 24.
No total, este fim de semana registou o encerramento de 17 serviços de urgência, acima das 15 previsões iniciais, deixando apenas 151 urgências abertas em todo o país. O agravamento destes constrangimentos motivou a Direção Executiva do SNS a emitir um comunicado na última quinta-feira, onde alertou a população para as dificuldades nos serviços de urgência e recomendou que os utentes contactassem a linha SNS24 ou SNS Grávida antes de se dirigirem aos hospitais.
Apesar de algumas reaberturas, como a urgência de obstetrícia e ginecologia do Hospital das Caldas da Rainha, a situação continua a ser crítica, com várias regiões a sofrerem com a falta de acesso a cuidados urgentes, colocando em risco a saúde e o bem-estar da população.