11 de dezembro será dia de paralisação geral em Portugal. As duas maiores centrais sindicais do país — CGTP e UGT — chegaram a acordo para avançar com uma greve geral conjunta, algo que não acontecia há mais de uma década. A informação foi inicialmente divulgada pelo Expresso e entretanto confirmada pela RTP junto de fontes sindicais.
Em causa está o pacote de mais de 100 alterações às leis laborais proposto pelo Governo, que inclui mudanças em matérias como contratação, horários de trabalho e organização laboral. As centrais sindicais consideram que as propostas colocam em causa direitos adquiridos e representam um retrocesso nas condições dos trabalhadores.
Segundo fontes contactadas, tanto a CGTP como a UGT acusam o executivo de falta de abertura para negociar, afirmando que, apesar das críticas e contributos apresentados, o Governo não demonstra disponibilidade para rever o essencial das alterações.
O Governo, por seu lado, tem insistido que não irá prolongar indefinidamente a discussão no âmbito da concertação social e que o processo legislativo seguirá os seus trâmites, mantendo o calendário definido para a aprovação das alterações.
A greve geral de 11 de dezembro deverá mobilizar trabalhadores do setor público e privado, afetando serviços essenciais, transportes, escolas e administrações públicas. Nos próximos dias, as estruturas sindicais vão iniciar reuniões e plenários em todo o país para mobilização dos trabalhadores.
A última greve geral conjunta entre CGTP e UGT realizou-se em 2013, no contexto da crise económica e das medidas aplicadas durante a intervenção da “troika”.
Mais informações deverão ser anunciadas oficialmente pelas duas centrais sindicais ainda esta semana.

