Greve geral sem impacto visível nos serviços públicos de Águeda

A greve geral desta quinta-feira, 11 de dezembro, não está a ter reflexos significativos no concelho de Águeda. Ao longo da manhã, todos os principais serviços públicos se mantiveram em funcionamento, sem registo de perturbações relevantes no atendimento à população.

Segundo a verificação efetuada no terreno, todas as escolas do concelho estão abertas e a lecionar com normalidade, não havendo notícia de encerramentos totais de estabelecimentos de ensino. Também as unidades locais de saúde, o hospital e os restantes serviços públicos continuam a operar dentro dos horários habituais, assegurando consultas, atendimentos e serviços administrativos sem filas ou atrasos anormais.

O cenário local contrasta com a realidade nacional, onde a greve geral convocada pelas duas maiores centrais sindicais — CGTP-IN e UGT — está a provocar constrangimentos significativos em vários setores, nomeadamente nos transportes, educação, saúde e administração pública, sendo apontada como a primeira greve geral em mais de uma década.

A paralisação foi convocada em protesto contra o chamado “pacote laboral” ou “Trabalho XXI”, um conjunto de alterações à legislação do trabalho que o Governo pretende aprovar e que, segundo os sindicatos, fragiliza a contratação coletiva, facilita despedimentos e retira direitos em áreas como a organização do tempo de trabalho e a proteção na parentalidade.

Em várias regiões do país, a greve está a traduzir-se no encerramento de escolas, na redução e supressão de serviços de transporte público, em serviços mínimos na saúde e no funcionamento condicionado de múltiplos serviços da Administração Central e Local.

Em Águeda, porém, o impacto é praticamente nulo. As unidades locais de saúde e o hospital mantêm equipas completas ou próximas da normalidade, cumprindo os serviços mínimos previstos na lei onde tal se aplica, mas sem registo de listas de espera acrescidas ou cancelamento em massa de atos clínicos. Nos serviços municipais e repartições públicas do concelho, o atendimento decorre com a habitual afluência, sem filas fora do comum nem encerramento de balcões.

Ao nível da comunidade escolar, direções e encarregados de educação confirmam que o dia decorre sem sobressaltos. Apesar da adesão significativa de professores e trabalhadores da educação à greve em muitas zonas do país, em Águeda não se verificou o encerramento generalizado de estabelecimentos de ensino, estando as aulas a decorrer com relativa normalidade.

A nível sindical, a greve geral pretende enviar um sinal político forte ao Governo, que tem insistido na necessidade de reformar o quadro laboral para, argumenta, aumentar a competitividade e a flexibilidade da economia. Já as centrais sindicais e várias estruturas setoriais acusam o Executivo de promover um retrocesso nos direitos laborais, num contexto em que os salários continuam pressionados pelo custo de vida e pela dificuldade de acesso à habitação.

Em síntese, enquanto grande parte do país enfrenta um dia marcado por perturbações e serviços condicionados, Águeda atravessa a greve geral praticamente sem sinais de paralisação, com a vida quotidiana e o funcionamento dos serviços públicos a decorrerem, até ao momento, de forma praticamente normal. As estruturas locais mantêm, ainda assim, o acompanhamento da situação ao longo do dia, atentos a eventuais alterações no quadro de adesão à greve.

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