Homem de 75 anos confessa homicídio de testemunha que o incriminou em Águeda

Um homem de 75 anos confessou hoje, no Tribunal de Aveiro, ter matado à facada, em março de 2023, uma testemunha de acusação num processo em que alegava ter sido injustamente condenado por furto qualificado.

Durante a sessão de julgamento, o arguido pediu perdão e afirmou que o crime ocorreu num momento de raiva. “Lamento e peço perdão. Foi num momento de raiva, ódio. Eu andava sem vida”, disse, justificando os seus atos pelo que considerou uma condenação injusta.

Segundo relatou, no dia dos factos dirigiu-se à vítima para que esta reconhecesse a assinatura num documento que, alegadamente, contrariava o seu depoimento no tribunal. “A minha intenção não era matar. Só queria que ele dissesse a verdade. Toda a gente sabe que ele veio mentir ao tribunal”, afirmou.

O arguido explicou que, perante insultos dirigidos à sua mãe, recorreu a uma faca e desferiu pelo menos 20 golpes na vítima. Após este ataque, deslocou-se ao escritório de um advogado envolvido no processo, onde ateou fogo a um artigo pirotécnico, provocando um incêndio que se propagou pelo corredor do piso. Apesar do fogo, o advogado não se encontrava no local; três pessoas sofreram inalação de fumo e tiveram de ser assistidas.

O Ministério Público indicou que o arguido esperou a vítima numa rua em Espinhel e exigiu que alterasse o depoimento. Como a vítima recusou, iniciou o ataque com a faca. O caso está a ser julgado como homicídio qualificado e dois crimes de homicídio qualificado na forma tentada.

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