Um homem de 74 anos, conhecido como “Victor dos Leitões”, vai ser julgado por homicídio qualificado, depois de ter assassinado a testemunha de um processo judicial em plena via pública, em Águeda. O crime ocorreu a 24 de março de 2023, junto ao Centro Social e Paroquial de Recardães.
De acordo com o despacho do Ministério Público, o arguido, Victor Soares, já havia sido condenado a sete anos de prisão por furto, e acreditava que o testemunho de Joaquim Magalhães tinha sido decisivo para essa condenação. Movido por vingança, decidiu confrontar a vítima, exigindo-lhe que retirasse o depoimento prestado em tribunal.
Perante a recusa, Victor desferiu cerca de 20 golpes com uma faca de 13 centímetros, que trazia escondida, provocando-lhe a morte imediata. A procuradora do caso considera tratar-se de um crime premeditado, sublinhando que o arguido saiu de casa munido da arma branca com o propósito de matar.
Pouco depois do homicídio, o arguido deslocou-se a Águeda, ao escritório de um advogado ligado ao processo onde tinha sido condenado. Como o local estava encerrado, explodiu um engenho pirotécnico artesanal e ateou fogo ao corredor com gasolina, tentando provocar uma explosão.
No interior do edifício encontrava-se uma outra advogada, que teve de ser assistida por inalação de fumo, juntamente com mais duas pessoas.
O arguido foi detido pouco tempo depois e encontra-se a cumprir a pena de prisão referente ao processo de furto. Agora, enfrenta novas acusações por homicídio qualificado e duas tentativas de homicídio, num caso que chocou a comunidade aguedense pela brutalidade e frieza com que foi executado.

