A Lemis, empresa com mais de 40 anos de experiência na produção de mobiliário de escritório, escolar, cacifos e estantes, localizada na Aguieira, Valongo do Vouga, encerra esta quinta-feira as suas operações, deixando mais de vinte trabalhadores a recorrer ao fundo de emprego. Foi já remetido ao tribunal os factos, que podem originar a liquidação ou a recuperação futura da empresa após o falecimento recente do fundador e a falta de aceite de propostas para a constituição de uma nova gerência, que asseguraria a continuidade das atividades da empresa.
A situação é particularmente delicada, dado que a Lemis vinha a cumprir um plano de insolvência aprovado, apresentando um crescimento significativo nas encomendas e mantendo os pagamentos de salários e subsídios de férias em dia, antecipados e pagos já esta semana a todos os trabalhadores, antevendo este desfecho. Apesar deste cenário favorável, o processo de insolvência revelou-se inviável para a continuidade do negócio, uma vez que não foi possível assegurar uma nova administração.
A administradora de insolvência visitou a empresa esta semana, numa tentativa de avaliar as condições para a continuidade das atividades, mas a falta de interesse em assumir a gestão acabou por selar o destino da Lemis. A TVC/Notícias de Águeda apurou que a decisão de encerramento foi considerada inevitável, dada a ausência de uma solução que garantisse a viabilidade da empresa a longo prazo.
Fundada há mais de quatro décadas, a Lemis construiu uma reputação sólida na região pelo fabrico de móveis de qualidade, tanto para empresas quanto para instituições de ensino. No entanto, o súbito falecimento do fundador e a incapacidade de definir uma nova liderança colocaram um fim inesperado a uma das mais antigas empresas do setor em Valongo do Vouga.
Os trabalhadores afetados aguardam agora apoio do fundo de emprego, enquanto a comunidade local e o setor empresarial lamentam o desfecho de uma empresa de grande tradição e impacto no mercado de mobiliário.