Projeto, que está a ser desenvolvido na reabilitação dos rios Águeda e Alfusqueiro, vai ser prolongado por mais um ano
“O LIFE é um projeto que orgulha Águeda”, disse Jorge Almeida, Presidente da Câmara Municipal de Águeda, no encerramento do workshop “Passagens Naturalizadas: Desenho, Construção e Monitorização”, promovido no âmbito do LIFE Águeda e que reuniu, no Salão Nobre dos Paços do Concelho, especialistas nacionais no domínio das passagens para peixes.
O LIFE ÁGUEDA é desenvolvido há 7 anos (desde agosto de 2017), num trabalho que passa pela (re)naturalização do percurso fluvial e pelo restauro ecológico dos habitats naturais (rio e margens) ao longo dos rios Águeda e Alfusqueiro. Neste período muito tem sido feito, “na reabilitação de rios e ribeiras, utilizando técnicas de base natural que têm sido olhadas como exemplo de boas práticas”, declarou.
“Falamos de coisas que parecem simples, mas que têm um impacto muito grande; andamos empenhados neste trabalho e ficamos orgulhosos quando vemos projetos como o que está construído na Redonda, porque percebemos que contribuímos para deixar o nosso mundo um bocadinho melhor”, salientou Jorge Almeida, apontando o exemplo da passagem para peixes construídas na Redonda, Presa da Carvalha, Bolfiar e Moinhos da Vermelha (esta no Rio Alfusqueiro), alguns dos quais foram, ontem, visitados por este grupo de especialistas para verificarem no local como este projeto está a ser implementado.
O Presidente da Câmara recordou, ainda, o exemplar trabalho que foi feito na ribeira da Aguieira, num processo que culminou com a renaturalização da ribeira e que de um local de despejo, “hoje é bom ir lá e ver peixes”. Na parque próximo da ribeira está instalada a Casa dos Rios, um espaço onde se debate e promove ações de sensibilização sobre a temática dos rios e da importância da sua sustentabilidade.
No encerramento do encontro, Edson Santos, Vice-Presidente da Câmara Municipal de Águeda, apontou ainda um outro projeto “muito caro” para o Município e que está a ser ultimado. Trata-se do Centro de Interpretação do Rio, instalado no antigo Centro de Canoagem, que “resulta deste projeto (LIFE ÁGUEDA) e que estará concluído muito em breve”.
Este centro, onde vão estar instalados aquários com peixes nativos desta região, vai permitir, entre outros objetivos, “transmitir conhecimento para as novas gerações, para que eles possam ter um futuro melhor”, com um trabalho pedagógico e de sensibilização que vai ser desenvolvido com as escolas.
“A nossa estratégia de atuação, neste e em muitas outros projetos, é a longo prazo, investindo nas crianças e sensibilizando para as temáticas ambientais desde pequenos”, sublinhou Edson Santos, apontando ainda o LIFE ÁGUEDA como “um grande projeto, uma parceria de sucesso e que queremos manter”.
Pedro Raposo de Almeida, coordenador geral deste projeto (através da Universidade de Évora e do MARE), avançou que o LIFE ÁGUEDA irá ser prolongado por mais um ano. Aproveitou o momento para salientar que estes anos a trabalhar em parceria com o Município de Águeda “tem sido muito gratificante e só tenho a agradecer o apoio que nos têm dado”.
No encontro de dois dias (1 e 2 de julho), que terminou ontem, Pedro Raposo demonstrou o trabalho realizado pelo projeto e as medidas implementadas, que são referência nacional no domínio da sustentabilidade e preservação ambientais. Também foi abordada a continuidade longitudinal em rios portugueses, as passagens para peixes e a aplicação do Índice de Continuidade Fluvial em Portugal.
Para além de alguns casos de estudo relativo às migrações de peixes, ontem foi feita uma visita “de campo” a passagens para peixes construídas nos rios Águeda (Presa da Carvalha, Bolfiar e Redonda) e Mondego.
O LIFE ÁGUEDA – Ações de conservação e gestão para peixes migradores na bacia hidrográfica do Vouga, sob a coordenação da Universidade de Évora e apoio técnico-científico do MARE – Centro de Ciências do Mar e do Ambiente, integra o Município de Águeda, território onde se realiza a maioria das intervenções e que pela experiência e funções associadas, assume um papel de relevo no projeto. Estão envolvidas também várias entidades parceiras, nomeadamente o Município de Mora, através da equipa responsável pelo Fluviário de Mora, a DOCAPESCA – Portos e Lotas S.A. e a AQUALOGUS – Engenharia e Ambiente, Lda.