Segunda-feira, Setembro 16, 2024

PJ Alvo de Campanha Fraudulenta em Grande Escala com Uso de Inteligência Artificial

A Polícia Judiciária (PJ) emitiu hoje um alerta sobre uma nova campanha de burla que está a decorrer de forma “intensa e massiva”, na qual os próprios burlões se fazem passar por elementos da PJ para enganar os cidadãos e convencê-los a transferir dinheiro para contas fraudulentas. O aviso foi dado durante uma conferência de imprensa realizada na sede da PJ, em Lisboa, onde José Ribeiro, coordenador de investigação criminal da Unidade Nacional de Combate ao Cibercrime e à Criminalidade Tecnológica (UNC3T), destacou a sofisticação desta operação, que utiliza técnicas de inteligência artificial para ampliar o alcance e a eficácia dos esquemas.

Segundo José Ribeiro, redes criminosas estrangeiras estão por detrás desta campanha, que já levou a um número significativo de queixas apresentadas à PJ. “A nossa principal preocupação é com a dimensão desta campanha, que tem sido difundida de forma maciça através de milhares de chamadas telefónicas. Só no último fim de semana, recebemos mais de uma centena de queixas”, afirmou. O responsável assegurou que a PJ está a trabalhar em colaboração com as operadoras de telecomunicações para identificar as técnicas de ‘spoofing’ utilizadas, que consistem na falsificação de identidade para obter informações ou recursos financeiros das vítimas.

Desde o início do ano, a PJ já abriu cerca de 2.000 inquéritos relacionados com diferentes tipos de burlas informáticas, incluindo as populares campanhas ‘olá pai, olá mãe’. No entanto, José Ribeiro sublinhou que os métodos dos criminosos têm evoluído significativamente, complicando a antecipação e a prevenção destes esquemas. “O que nos preocupa é a forma como estas campanhas conseguem contactar diretamente as vítimas de forma quase personalizada, utilizando perfis individualizados e inteligência artificial para orientar os ataques”, explicou.

As vítimas deste esquema são contactadas e informadas de que as suas contas bancárias estão em risco ou foram acedidas indevidamente. Em seguida, são orientadas a falar com um falso inspetor da PJ, que lhes recomenda transferir o dinheiro para uma conta alegadamente segura, mas que na verdade é controlada pelos burlões.

Os criminosos, muitas vezes ligados a redes internacionais, utilizam números de telemóvel nacionais para dar credibilidade aos contactos, criando dois tipos de vítimas: aqueles que caem no esquema de ‘phishing’ e transferem o dinheiro, e os titulares dos números de telemóvel utilizados fraudulentamente, que desconhecem a situação. “O uso de números nacionais não significa que as chamadas sejam feitas pelos titulares desses números. Queremos alertar a população de que o facto de aparecer um número nacional não significa que seja rastreável”, alertou José Ribeiro.

O coordenador de investigação criminal explicou ainda que os verdadeiros titulares dos números usados para as chamadas fraudulentas não têm qualquer registo das mesmas nos seus telemóveis, uma vez que os números são apenas utilizados como ‘máscara’ para ocultar a origem internacional dos contactos. Esses números são frequentemente obtidos através de bases de dados disponíveis na Internet.

José Ribeiro salientou que estas chamadas começam com gravações automáticas para atrair a atenção das vítimas e são seguidas por técnicas de “engenharia social” conduzidas por pessoas reais, que manipulam as vítimas para cederem dados pessoais ou transferirem dinheiro. Até ao momento, a PJ não tem conhecimento de vítimas que tenham sofrido prejuízos financeiros significativos.

“Há sempre pessoas que caem nestas fraudes. Esta campanha é muito mais agressiva e ampla do que o habitual. A rapidez com que conseguem chegar às pessoas é preocupante”, afirmou, concluindo que, embora a inteligência artificial seja uma ferramenta poderosa, é preocupante ver como está a ser explorada por grupos criminosos para cometer fraudes em grande escala.

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PJ Alvo de Campanha Fraudulenta em Grande Escala com Uso de Inteligência Artificial

A Polícia Judiciária (PJ) emitiu hoje um alerta sobre uma nova campanha de burla que está a decorrer de forma “intensa e massiva”, na qual os próprios burlões se fazem passar por elementos da PJ para enganar os cidadãos e convencê-los a transferir dinheiro para contas fraudulentas. O aviso foi dado durante uma conferência de imprensa realizada na sede da PJ, em Lisboa, onde José Ribeiro, coordenador de investigação criminal da Unidade Nacional de Combate ao Cibercrime e à Criminalidade Tecnológica (UNC3T), destacou a sofisticação desta operação, que utiliza técnicas de inteligência artificial para ampliar o alcance e a eficácia dos esquemas.

Segundo José Ribeiro, redes criminosas estrangeiras estão por detrás desta campanha, que já levou a um número significativo de queixas apresentadas à PJ. “A nossa principal preocupação é com a dimensão desta campanha, que tem sido difundida de forma maciça através de milhares de chamadas telefónicas. Só no último fim de semana, recebemos mais de uma centena de queixas”, afirmou. O responsável assegurou que a PJ está a trabalhar em colaboração com as operadoras de telecomunicações para identificar as técnicas de ‘spoofing’ utilizadas, que consistem na falsificação de identidade para obter informações ou recursos financeiros das vítimas.

Desde o início do ano, a PJ já abriu cerca de 2.000 inquéritos relacionados com diferentes tipos de burlas informáticas, incluindo as populares campanhas ‘olá pai, olá mãe’. No entanto, José Ribeiro sublinhou que os métodos dos criminosos têm evoluído significativamente, complicando a antecipação e a prevenção destes esquemas. “O que nos preocupa é a forma como estas campanhas conseguem contactar diretamente as vítimas de forma quase personalizada, utilizando perfis individualizados e inteligência artificial para orientar os ataques”, explicou.

As vítimas deste esquema são contactadas e informadas de que as suas contas bancárias estão em risco ou foram acedidas indevidamente. Em seguida, são orientadas a falar com um falso inspetor da PJ, que lhes recomenda transferir o dinheiro para uma conta alegadamente segura, mas que na verdade é controlada pelos burlões.

Os criminosos, muitas vezes ligados a redes internacionais, utilizam números de telemóvel nacionais para dar credibilidade aos contactos, criando dois tipos de vítimas: aqueles que caem no esquema de ‘phishing’ e transferem o dinheiro, e os titulares dos números de telemóvel utilizados fraudulentamente, que desconhecem a situação. “O uso de números nacionais não significa que as chamadas sejam feitas pelos titulares desses números. Queremos alertar a população de que o facto de aparecer um número nacional não significa que seja rastreável”, alertou José Ribeiro.

O coordenador de investigação criminal explicou ainda que os verdadeiros titulares dos números usados para as chamadas fraudulentas não têm qualquer registo das mesmas nos seus telemóveis, uma vez que os números são apenas utilizados como ‘máscara’ para ocultar a origem internacional dos contactos. Esses números são frequentemente obtidos através de bases de dados disponíveis na Internet.

José Ribeiro salientou que estas chamadas começam com gravações automáticas para atrair a atenção das vítimas e são seguidas por técnicas de “engenharia social” conduzidas por pessoas reais, que manipulam as vítimas para cederem dados pessoais ou transferirem dinheiro. Até ao momento, a PJ não tem conhecimento de vítimas que tenham sofrido prejuízos financeiros significativos.

“Há sempre pessoas que caem nestas fraudes. Esta campanha é muito mais agressiva e ampla do que o habitual. A rapidez com que conseguem chegar às pessoas é preocupante”, afirmou, concluindo que, embora a inteligência artificial seja uma ferramenta poderosa, é preocupante ver como está a ser explorada por grupos criminosos para cometer fraudes em grande escala.

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