Tito Neves, residente em Fermentelos, foi detido no sábado e encontra-se agora em prisão preventiva, aguardando transferência para prisão domiciliária com pulseira eletrónica. A decisão foi tomada hoje pelo Juiz de Instrução Criminal de Aveiro.
O incidente teve início quando o filho de Tito Neves, Daniel Neves, chegou a casa e foi abordado por militares da GNR, que segundo ele, entraram na residência sem permissão. Segundo o relato de Daniel, ao tentar cooperar, pediu apenas para se calçar antes de ser levado, mas afirma que os militares reagiram de forma agressiva e o agrediram violentamente.
“Quando pedi para me calçar, fui imediatamente empurrado e começaram a bater-me. Eu estava descalço e só queria tirar os chinelos e colocar umas meias e uns sapatos antes de sair de casa”, relatou Daniel Neves. O homem descreveu ainda que foi algemado rapidamente e, mesmo depois de imobilizado, continuou a ser agredido por militares da GNR do Posto Territorial de Águeda, nomeadamente por um militar de alcunha “Gèmeo” e outro que falava com sotaque “brasileiro”.
O Gabinete de Comunicação da GNR de Aveiro informou que Daniel Neves não obedeceu à ordem de paragem, o que levou à intervenção dos militares. O incidente culminou com a detenção de Daniel e do seu pai, Tito Neves. Tito foi acusado de ferir um dos militares com uma “catana” ao tentar socorrer o filho dentro da sua residência e está agora acusado de um crime de tentativa de homicídio.
A GNR sustenta que todas as ações tomadas foram em resposta às agressões sofridas durante a abordagem, justificando assim a necessidade de força para conter a situação. O caso está agora a ser investigado.