

O concelho de Águeda viveu uma noite eleitoral histórica. O PSD/MPT, liderado por Jorge Almeida, alcançou uma das vitórias mais expressivas de sempre em eleições autárquicas no município, reforçando a maioria absoluta na Câmara e dominando praticamente todas as freguesias. O mapa político do concelho pintou-se de laranja, com uma única exceção — a União das Freguesias de Trofa, Segadães e Lamas do Vouga, conquistada pelo CDS-PP de Lino André Santos.
Uma vitória quase total que consagra a força do projeto social-democrata e expõe a desarticulação da oposição.
Câmara Municipal e Assembleia Municipal: Jorge Almeida reforça poder absoluto e Filipe Almeida consolida liderança na Assembleia
A eleição autárquica de 2025 em Águeda confirmou, de forma inequívoca, o domínio político do PPD/PSD.MPT, liderado por Jorge Almeida, que alcançou uma vitória esmagadora na Câmara Municipal com 57,54% dos votos. Muito distante, o PS, reduzido a 19,84%, assume uma das suas piores prestações no concelho, confirmando um ciclo de declínio e perda de influência territorial.
Com cinco dos sete vereadores eleitos, a coligação liderada por Jorge Almeida assegura uma governação incontestada, mantendo o comando da estratégia autárquica para os próximos quatro anos. CDS-PP (9,12%) e CHEGA (7,99%), embora em crescimento a nível nacional, não conseguiram converter resultados em poder executivo em Águeda.
Mas a força do PSD não se limitou ao executivo. Na Assembleia Municipal, o partido reforçou a sua maioria, garantindo 54,51% dos votos e 13 deputados municipais, contra 19,48% do PS, que apenas assegura presença minoritária. CDS-PP e CHEGA mantêm dois mandatos cada, enquanto o espaço tradicional da esquerda — PCP e BE — praticamente desaparece do mapa autárquico.
É neste órgão deliberativo, símbolo da pluralidade política, que se destaca uma figura central da noite eleitoral: Filipe Almeida, reeleito Presidente da Assembleia Municipal. Com reputação de equilíbrio institucional e capacidade de diálogo, Filipe Almeida assume um segundo mandato à frente do órgão máximo de fiscalização do concelho, garantindo continuidade e estabilidade política.
“A Assembleia Municipal é a casa de todos os aguedenses. Continuarei a conduzi-la com respeito pelas diferenças e com a firmeza da democracia”, declarou Filipe Almeida, após ser reeleito.
A articulação entre Jorge Almeida na Câmara e Filipe Almeida na Assembleia representa a consolidação de um duplo eixo de poder político — executivo e deliberativo — que confere ao PSD a capacidade de governar Águeda com margem total, mas também com a exigência acrescida de corresponder à confiança expressa nas urnas.








“Águeda reconheceu o nosso trabalho e a nossa visão de futuro. Continuaremos a governar com rigor, proximidade e ambição”, afirmou Jorge Almeida na noite eleitoral, sublinhando que “a confiança renovada é também uma responsabilidade maior”.
Mapa Político das Freguesias: 14 em 15 com vitória do PSD
O domínio do PSD nas freguesias foi quase absoluto. Das 15 juntas que compõem o concelho, 14 elegeram presidentes sociais-democratas — muitos deles reeleitos com maiorias reforçadas. O partido consolidou-se tanto nas zonas urbanas como nas rurais, deixando o PS reduzido a pequenas parcelas de representação e o CDS-PP isolado numa vitória simbólica, mas politicamente relevante.

Macinhata do Vouga – Hugo Silva, vitória esmagadora (68,96%)
Em Macinhata do Vouga, os eleitores falaram de forma inequívoca. Hugo Silva foi reeleito com uma vitória esmagadora de 68,96%, assegurando sete mandatos para o PSD e deixando o PS reduzido a 23,68%, incapaz de contrariar a força instalada do projeto social-democrata.
Mais do que uma simples reeleição, este resultado reafirma Macinhata como um dos mais firmes bastiões do PSD no concelho de Águeda — um território onde a confiança no executivo local está solidamente enraizada. A estabilidade, a proximidade com a população e a continuidade de obra parecem ter sido determinantes para este desfecho.
Hugo Silva, que parte agora para um novo mandato, reforça a imagem de liderança sólida, munido de um apoio eleitoral que roça a unanimidade num contexto multipartidário. Numa altura em que o país vive mudanças e desfragmentação política, Macinhata enviou uma mensagem clara: a população quer continuidade e dispensa aventuras políticas.

Valongo do Vouga – Filipe Falcão reeleito com maioria confortável (50,92%)
Em Valongo do Vouga, a vontade do eleitorado foi de continuidade e de confiança. Filipe Falcão, recandidato do PSD, assegurou a reeleição com 50,92% dos votos, conquistando novamente a presidência da Junta de Freguesia. Apesar de não alcançar a dimensão esmagadora de outras vitórias no concelho, Valongo confirma um cenário de pluralismo democrático, onde outras forças políticas marcaram presença, mas sem capacidade de disputar efetivamente o poder local.
O PS, com 22,69%, e o CDS-PP, com 15,84%, mantiveram expressão relevante no território, demonstrando que Valongo continua a ser uma freguesia com diversidade eleitoral e espaço para oposição ativa. Contudo, esse pluralismo não beliscou a liderança de Filipe Falcão, que beneficia da imagem de gestor próximo, conhecedor do território e identificado com as necessidades da população.
Trata-se de uma freguesia marcada por profundos laços comunitários, onde a confiança se constrói mais pela obra visível do que por discursos de campanha. A reeleição do PSD traduz essa credibilidade. Valongo do Vouga não votou apenas por um partido — votou por estabilidade, continuidade e previsibilidade política.

Préstimo e Macieira de Alcoba – Nelson Soares eleito após disputa renhida (53,96%)
A União das Freguesias de Préstimo e Macieira de Alcoba foi palco de uma das disputas mais intensas destas autárquicas em Águeda. Historicamente marcada por equilíbrios e alternância, esta freguesia viu o PSD afirmar-se com uma vitória significativa: Nelson Soares conquistou 53,96% dos votos, superando uma forte candidatura do CDS-PP, que ainda assim alcançou um expressivo 42,08%. Não foi uma vitória esmagadora — foi uma vitória política, fruto de estratégia, proximidade e persistência.
Este resultado representa mais do que números. Representa uma viragem simbólica num território onde o centrismo sempre teve raízes profundas. A entrada do PSD na liderança desta união de freguesias marca o fim de um ciclo de disputa renhida e o início de um mandato que promete redefinir o equilíbrio político local.
Ao contrário de outras freguesias dominadas por maiorias folgadas, em Préstimo e Macieira de Alcoba foi necessário conquistar voto a voto, rosto a rosto. Nelson Soares soube capitalizar a ideia de renovação sem ruptura, apresentando-se como continuidade de estabilidade, mas com a promessa de modernização e investimento no território rural.

Castanheira do Vouga – Vitória unânime de Vítor Silva
Em Castanheira do Vouga, a democracia traduziu-se numa mensagem rara: unanimidade. Com apenas uma candidatura apresentada a sufrágio, o PSD — liderado por Vítor Silva — venceu com expressivos 88,05% dos votos, num ato eleitoral que, longe de ser mero formalismo, transformou-se numa demonstração inequívoca de confiança popular.
Apesar da ausência de adversários, os eleitores compareceram às urnas, e em número significativo, validando não apenas um nome, mas um projeto. Aqui, não houve voto de protesto nem dispersão: houve fidelidade. A mensagem das urnas é clara — a população de Castanheira do Vouga não só aceita como reafirma o caminho traçado pelo atual executivo.
Em tempos de crescente fragmentação política, uma vitória desta dimensão tem um significado que vai além da estatística: é um selo de autoridade e legitimidade. Vítor Silva inicia o novo mandato como um dos presidentes mais fortemente mandatados no concelho, com apoio popular que beira a unanimidade absoluta.

Agadão – Tiago Duarte eleito com 64,41%
Em Agadão, a vontade popular foi clara e inequívoca: a freguesia voltou a entregar a liderança ao PSD, elegendo Tiago Duarte com 64,41% dos votos. Apesar da presença do PS, que alcançou um respeitável 34,23%, a diferença nas urnas não deixou margem para dúvidas — a confiança dos eleitores da montanha continua firmemente ancorada no projeto social-democrata.
Mas em Agadão, há um dado ainda mais relevante do que a percentagem: a participação eleitoral, que atingiu os 72,5%, uma das mais altas de todo o concelho de Águeda. Num contexto nacional marcado pela abstenção, Agadão deu um exemplo de civismo, demonstrando que, em territórios rurais, o voto ainda é um ato de compromisso comunitário.
Tiago Duarte, agora presidente, assume o comando de uma freguesia exigente, onde a proximidade, a obra concreta e a resposta às necessidades diárias contam mais do que qualquer cartaz ou slogan. Nesta eleição, Agadão não votou em blocos partidários — votou em continuidade, proximidade e lealdade a quem conhece a terra.

Belazaima do Chão – Pedro Santos eleito com 61,17%
Em Belazaima do Chão, o ato eleitoral transformou-se numa das mais impressionantes demonstrações de participação e envolvimento cívico de todo o concelho. Com uma mobilização extraordinária de 79,6% dos eleitores inscritos, a população rural deu uma lição de democracia ativa, legitimando de forma clara a vitória do PSD, que elegeu Pedro Santos com 61,17% dos votos.
O PS, embora preservando uma presença significativa (35,90%), não conseguiu travar o avanço social-democrata, nem disputar verdadeiramente a liderança local. Esta não foi apenas uma vitória partidária — foi uma reafirmação da ligação entre a população e a sua autarquia, onde o eleitorado exige proximidade, obra visível e compromisso com o território.
Belazaima do Chão, uma freguesia de forte identidade tradicional, voltou a demonstrar que, mesmo longe dos grandes centros, a política se faz com rosto, nome e confiança.

Aguada de Cima – Candidatura única de Carlos Tavares (71,6%)
Em Aguada de Cima, não houve disputa, mas houve democracia. A freguesia apresentou uma única lista a sufrágio — a do PPD/PSD.MPT, liderada por Carlos Tavares — que foi naturalmente eleito presidente da Junta com 71,6% dos votos. Mas o dado mais relevante não está na percentagem, está na atitude: 47,3% dos eleitores foram às urnas, mesmo sabendo que apenas uma escolha era possível. Isso não é indiferença — é aprovação.
Num cenário em que a pluralidade partidária não se apresentou, o eleitorado podia ter optado pela abstenção ou pelo protesto. Não o fez. Em vez disso, validou uma liderança já consolidada, reforçando a hegemonia do PSD na freguesia e demonstrando que, em Aguada de Cima, a continuidade é vista como garantia de estabilidade.
Carlos Tavares assume assim um novo mandato com um capital político importante: o da confiança silenciosa. Sem adversários, mas com legitimidade eleitoral, carrega agora a responsabilidade de responder a um eleitorado que não contesta — mas observa.

Aguada de Baixo – Tiago Pereira vence por curta margem (53,53%)
Em Aguada de Baixo, a noite eleitoral foi de tensão até ao último voto. Num território historicamente bipartido entre PSD e PS, Tiago Pereira, candidato social-democrata, alcançou a presidência da Junta com 53,53% dos votos, num duelo direto com o PS, que registou 40,75%. A diferença foi curta, mas politicamente decisiva: o PSD não só manteve a liderança — reforçou-a em campo adverso.
A disputa em Aguada de Baixo não seguiu a tendência esmagadora de outras freguesias do concelho. Aqui, a oposição socialista continua a deter influência significativa e mantém uma base eleitoral consolidada. No entanto, a vitória de Tiago Pereira demonstra que o PSD conseguiu captar voto de confiança além da lealdade partidária, impondo-se num eleitorado exigente, atento e tradicionalmente dividido.
A mensagem saída das urnas é clara: Aguada de Baixo é uma freguesia de escrutínio rigoroso, onde o poder não se herda — conquista-se. A vitória de Tiago Pereira representa não apenas a continuidade do PSD, mas uma afirmação estratégica num dos poucos círculos verdadeiramente competitivos do concelho.

Fermentelos – Carlos Lemos reeleito com 72,94%
Em Fermentelos, não houve dúvidas nem hesitações: a população renovou de forma massiva a confiança no PSD, reeleitando Carlos Lemos com uns impressionantes 72,94% dos votos. Esta foi uma das vitórias mais expressivas do concelho, confirmando Fermentelos como um dos mais leais e históricos redutos social-democratas em Águeda.
Enquanto em outras freguesias o voto pode oscilar entre partidos, aqui mantém-se uma relação direta entre eleitorado e projeto político. O CDS-PP, embora presente com 19,12%, não teve força para ameaçar o domínio laranja. Fermentelos continua a votar com memória, premiando quem governa com continuidade e presença.
Mais do que uma vitória do PSD, esta é uma vitória pessoal de Carlos Lemos: um presidente identificado com a terra, com trabalho visível e com reconhecimento transversal. Em Fermentelos, a política vale tanto nos boletins como na rua, nas associações, nos campos desportivos e no contacto diário com a população.

Travassô e Óis da Ribeira – Sérgio Neves reeleito com 61,28%
Na União das Freguesias de Travassô e Óis da Ribeira, os eleitores voltaram a escolher a continuidade. Sérgio Neves, candidato do PSD, foi reeleito com uma vitória confortável, num cenário de clara consolidação do poder local. O CDS-PP, com 27,62%, manteve um espaço relevante, mas sem capacidade para desafiar a liderança social-democrata, enquanto o PS, reduzido a apenas 7,7%, ficou distante de qualquer influência real.
Esta freguesia é exemplo de uma particular cultura política: aqui não há espaço para aventuras nem para roturas artificiais. O eleitorado valoriza a obra feita, a proximidade e a previsibilidade — três fatores que Sérgio Neves soube transformar em assinatura de governação. Mais do que uma vitória eleitoral, foi a renovação de um compromisso comunitário.
Travassô e Óis da Ribeira demonstram que a política local, quando assentada em trabalho continuado e presença no terreno, resiste à volatilidade nacional. A freguesia vota com memória e premia a estabilidade, mesmo em contexto multipartidário.

Recardães e Espinhel – Ricardo Ferreira eleito (48,48%)
Na União das Freguesias de Recardães e Espinhel, uma das mais populosas e estratégicas do concelho de Águeda, os eleitores optaram por uma mudança dentro da continuidade, elegendo Ricardo Ferreira do PSD, que venceu com 48,48% dos votos. Apesar de uma oposição socialista consistente, com 34,75%, a liderança social-democrata confirmou-se como a força predominante no tecido urbano desta união.
Recardães e Espinhel é um território de grande densidade populacional e complexidade social, onde o voto não se conquista apenas com siglas, mas com presença, resposta e planeamento. A vitória do PSD aqui não foi esmagadora — foi estratégica. Ricardo Ferreira assume a presidência de uma das juntas com maior peso político e administrativo do concelho, carregando sobre si a responsabilidade de gerir expectativas elevadas.
A entrada de uma nova liderança social-democrata nesta freguesia confirma um sinal dado em todo o concelho: o PSD não só mantém os seus bastiões rurais, como afirma a sua força também nos centros urbanos. O PS, embora com resultado expressivo, permanece confinado à oposição, sem conseguir quebrar a barreira da presidência.

Barrô – João Pitau reeleito confirma liderança sólida num território de pluralismo moderado (55,08%)
A reeleição de João Pitau reafirma a confiança do eleitorado numa liderança autárquica assente na proximidade e na continuidade. Com 55,08% dos votos, o PSD voltou a conquistar uma vitória segura, distanciando-se largamente do PS (23,61%) e do CDS-PP (17,27%), num cenário de clara hegemonia, mas também de diversidade democrática.
Esta freguesia distingue-se por não ser terreno de unanimismos, mas sim de escolhas refletidas. Os resultados confirmam que, embora exista espaço para oposição, a população reconhece na liderança de João Pitau um projeto de gestão estável, com obra realizada e compromisso com a vida comunitária. O CDS-PP mantém uma presença histórica, e o PS continua a representar uma minoria relevante, mas sem conseguir ameaçar o poder social-democrata.
João Pitau, agora reeleito, carrega consigo o peso da confiança renovada e a responsabilidade de dar continuidade a um trabalho autárquico que privilegia os serviços básicos, o associativismo e a proximidade com os cidadãos.

Borralha – Jorge Mendes eleito em candidatura única (82,48%)
Na freguesia da Borralha, a democracia assumiu a forma mais rara: o consenso total. Jorge Mendes, candidato do PSD, apresentou-se em candidatura única e foi eleito com 82,48% dos votos, num resultado que vai muito além de uma formalidade eleitoral — representa uma validação social e política profunda.
Mesmo sem adversários em boletim, os eleitores compareceram às urnas, e em número significativo, para confirmar com legitimidade a liderança de Jorge Mendes. Os votos em branco e nulos ficaram dentro da normalidade, demonstrando que esta candidatura não foi apenas aceite — foi apoiada.
A Borralha é um território urbano-rural, sensível à proximidade e à eficácia da ação autárquica. Aqui, o eleitorado não reclama mudança por protesto, mas continuidade por convicção. Esta eleição não foi uma ausência de escolha — foi uma escolha plena, feita com o silêncio do consenso.

Águeda – Nuno Cardoso reeleito (49,89%)
Na sede do concelho, onde a leitura eleitoral ultrapassa os limites da freguesia e ganha dimensão municipal, Nuno Cardoso foi reeleito presidente da Junta de Freguesia de Águeda, garantindo 49,89% dos votos. Numa freguesia onde o eleitorado é exigente e o escrutínio é permanente, o PSD voltou a afirmar-se como a escolha maioritária, deixando o PS em segundo lugar, com 34,34%, e relegando outras forças políticas para posições residuais.
Águeda é mais do que uma freguesia: é o palco central da vida política, social e económica do concelho. Vencer aqui significa conquistar legitimidade reforçada para governar em todo o território. Nuno Cardoso beneficiou da visibilidade do executivo municipal e da proximidade às estruturas locais, mas teve também de responder ao eleitorado mais urbano, mais crítico e mais politizado do concelho.
Ao reconquistar a Junta de Águeda, o PSD assegura não apenas um mandato autárquico — assegura um símbolo. O coração político do município permanece alinhado com o mesmo projeto que domina a Câmara e a Assembleia Municipal, fechando qualquer hipótese de rutura entre centro e periferia.

Trofa, Segadães e Lamas do Vouga – A exceção: CDS-PP vence com 38,68%
Na União das Freguesias de Trofa, Segadães e Lamas do Vouga, travou-se uma das batalhas mais intensas da noite eleitoral. Foi aqui que a hegemonia quase absoluta do PSD encontrou o seu único ponto de resistência. Lino André Santos, candidato do CDS-PP, venceu com 38,68% dos votos, derrotando o PSD por uma margem mínima (36,39%), mas politicamente estrondosa.
Num concelho dominado por maiorias social-democratas, este resultado assume um peso simbólico que ultrapassa os números: o CDS conseguiu afirmar-se como força autónoma, arrebatando a única presidência fora do domínio laranja. Não foi um voto contra — foi um voto por identidade. Trofa-Segadães-Lamas do Vouga manteve viva uma cultura política própria, onde o centrismo continua a ser sinónimo de proximidade, vínculo familiar e apego à terra.
Este triunfo centrista rompe a monotonia eleitoral, impede o domínio absoluto do PSD e recorda que, mesmo nos concelhos mais estáveis, existe sempre um espaço de liberdade e pluralidade. Lino André Santos não conquistou apenas uma freguesia — conquistou um lugar na história destas eleições.
Leitura Política e Perspetiva 2025–2029
As eleições autárquicas de 2025 em Águeda deixam uma mensagem inequívoca: o concelho consolidou uma maioria política de confiança no PSD, liderado por Jorge Almeida, que emerge como símbolo de estabilidade, continuidade e execução. Com a conquista da Câmara Municipal, da maioria absoluta na Assembleia Municipal e de 14 das 15 freguesias, os sociais-democratas alcançam um patamar de hegemonia política raramente visto em contexto autárquico.
Este resultado abre um novo ciclo: não um ciclo de disputa, mas de responsabilidade. Quando um partido domina todos os níveis de poder, deixa de ter adversários políticos — passa a ter a si próprio como maior exigência. Jorge Almeida entra neste mandato não como candidato vitorioso, mas como gestor de expectativas públicas, com um eleitorado que já não vota apenas no que promete, mas no que cumpre.
Do lado da oposição, o PS enfrenta um dos períodos mais difíceis da sua presença em Águeda. A derrota não se explica apenas pela força do PSD, mas pela ausência de um projeto alternativo. Falhou na mobilização, perdeu território social e deixou esvaziar o discurso. A autocrítica socialista é clara: “Perdemos o contacto com o território. O PSD domina a proximidade, e isso faz a diferença.” O desafio para 2029 será reconstruir uma rede de confiança junto das populações — algo que não se faz em campanha, mas no dia a dia.
O CDS-PP, apesar de derrotado no concelho, sai com uma vitória política de alta relevância: a conquista de Trofa, Segadães e Lamas do Vouga. A chamada “ilha azul” prova que o centrismo ainda tem raízes e que a identidade local continua a ser determinante. O CDS mostrou que, onde há ligação à terra, há lugar para alternativas.
O CHEGA, embora com expressão nas urnas municipais, não conseguiu transformar voto de protesto em poder autárquico. É o retrato de um fenómeno urbano que ainda não se traduziu em estruturas de proximidade ou lideranças locais com credibilidade. Já à esquerda, PCP e BE desaparecem praticamente do mapa político, perdendo representação autárquica e influência social, num concelho onde a política se mede por obra e não por retórica.
“A mensagem foi clara: os aguedenses querem continuidade, estabilidade e trabalho. A Águeda que projetámos está em marcha e não vai parar.”
Para os próximos quatro anos, o grande desafio será governar sem oposição visível — sem ser tentado pela acomodação. O eleitorado deu ao PSD um poder raríssimo. A história dirá se este mandato será recordado como o da plenitude ou o da exigência máxima.
O concelho de Águeda consolidou em 2025 um ciclo político raro em Portugal: um domínio quase total de um só partido, sustentado pelo voto popular e pelo reconhecimento do trabalho autárquico.
Com 14 juntas em 15, e maioria reforçada na Câmara e Assembleia Municipal, Jorge Almeida e o PSD entram no novo mandato com o poder político mais sólido de sempre.
A oposição sobrevive fragmentada, o CDS resiste num reduto simbólico, e a esquerda praticamente desaparece.
Águeda entra, assim, num novo ciclo — o ciclo da estabilidade absoluta — onde o desafio maior já não é conquistar votos, mas manter viva a pluralidade democrática.

A Noite em que a Democracia passou pela TVC e pelo Notícias de Águeda
Mais de 50 mil visualizações num acompanhamento histórico das eleições autárquicas 2025
A noite eleitoral de 12 de outubro ficará marcada não apenas pelas vitórias políticas, mas também pela forma como os aguedenses a viveram: em direto, com emoção e transparência, através de uma operação mediática sem precedentes conduzida pela TVC e pelo Notícias de Águeda.
Ao longo de horas de emissão contínua, com atualizações freguesia a freguesia, entrevistas, projeções e análise política em tempo real, a TVC transformou-se no epicentro informativo da região. O público respondeu de forma massiva: mais de 50 mil visualizações nas plataformas digitais — um número que não é estatística, é confiança.
Enquanto outros aguardavam resultados, a TVC já os explicava. Enquanto outros reagiam, o Notícias de Águeda já interpretava. Foi mais do que jornalismo — foi serviço público em liberdade.
“A democracia precisa de quem a conte. E Águeda escolheu ver-se ao espelho connosco.”
Num concelho politicamente maduro, a informação deixou de ser apenas notícia: tornou-se participação. A TVC e o Notícias de Águeda foram a voz de quem votou, a lente de quem esperou e a primeira memória de quem venceu ou perdeu.
Naquela noite, não houve silêncio eleitoral — houve relato democrático.
Com esta emissão, Águeda não apenas votou — testemunhou-se. E fê-lo perante o maior público de sempre.

