A secção de atletismo sénior do Recreio Desportivo de Águeda (RDA) encerrou oficialmente a sua atividade a partir de 1 de outubro, colocando termo a um dos projetos mais consistentes e reconhecidos do desporto do concelho.
A decisão surgiu na sequência de sinais de instabilidade interna, que começaram a ser notados com a demissão de Hugo Pinheiro do cargo de diretor desportivo, há pouco mais de um mês. O seu afastamento foi visto como prenúncio de dificuldades maiores, que agora se confirmam com a suspensão da vertente competitiva.
O fim da equipa sénior representa uma quebra significativa para o atletismo em Águeda. Ao longo dos últimos anos, o RDA conseguiu afirmar-se entre os melhores clubes nacionais, tanto no setor masculino como no feminino, destacando-se pela qualidade dos seus atletas e pelo volume de títulos conquistados.
Na presente temporada, o clube contava no plantel com cinco atletas internacionais portugueses e preparava-se para integrar mais um corredor que representa Portugal. Além disso, tinha garantida a presença na Taça dos Campeões Europeus de corta-mato, uma participação histórica para a coletividade e para a cidade. Todos estes objetivos ficam agora sem concretização.
Apesar da suspensão da vertente sénior, o atletismo de formação continuará ativo, assegurando que jovens talentos da região possam dar os primeiros passos na modalidade. No entanto, para muitos, o fim da equipa sénior é visto como a perda de uma referência para as novas gerações e como o encerrar de um ciclo de êxitos que projetava Águeda no panorama nacional e internacional.
A reestruturação no clube não se limita ao atletismo. Também as secções de hipismo e ginástica deixarão de estar em funcionamento, refletindo um momento de mudança profunda no Recreio Desportivo de Águeda, que procura agora redefinir as suas prioridades desportivas.
Para os adeptos e para os atletas que vestiram as cores do RDA, este é um desfecho sentido como um fim de era, que deixa marca na história do clube e no desporto aguedense.

