Quarta-feira, Novembro 27, 2024

VII Encontro Familiar em Casal de Álvaro

Na nossa família já sabemos, o dia 10 de Junho não é apenas o Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas, é também o dia em que os descendentes de Amândio Tavares Camelo, um humanista de Casal de Álvaro, se reúnem num salutar convívio. Nenhum dos 5 filhos – Diniz, Lucínia, José, Joaquim e Rosa – já se encontra entre nós, mas os netos, bisnetos e trinetos aproveitam este importante feriado nacional para se encontrarem e fortalecerem os laços familiares. Vêm do Norte, do Sul e do estrangeiro, mas a maioria reside no distrito de Aveiro, com incidência na bela região de Águeda.

Amândio Camelo nasceu a 5 de junho de 1891 e faleceu em 1978. Foi músico fundador da Banda de Casal d’Álvaro, em 1905, foi combatente na 1ª Guerra Mundial, na frente de Moçambique, em Palma, e foi correspondente, durante décadas, no antigo jornal Independência d’Águeda.

Recentemente, descobri que o avô foi também um dos músicos fundadores do Jazz Camisas Verdes, em 1935, juntamente com António Figueiredo, Manuel Figueiredo, A. Lavoura, Domingos de Oronhe, Jaime do Casaínho e Ludgero Camelo. Este Jazz estava ligado à Banda de Casal d’Álvaro, inclusive, o maestro da banda também tocava no jazz, o António Figueiredo.

Para além de grande amante musical – tocando vários instrumentos, como violino, flauta e saxofone – o avô Amândio sentia-se bem à volta dos livros, dos jornais, da poesia. “Ter muito amor às letras e ter lido Camilo e Júlio Diniz”, responde o avô, em 1924, a António de Cértima, intelectual de Oliveira do Bairro, que transcreve, no seu livro “Epopeia Maldita”, uma carta do nosso avô à sua amada, escrita antes de embarcar para Moçambique, em 1916.

Faz todo o sentido o convívio ser no Dia de Portugal, pois o avô era um admirador da poesia de Camões e, tal como os irmãos Joaquim e António, e o pai, João Tavares Lavoura, eram patriotas, comungando do ideal republicano. Escreve o avô em 1913, no Independência d’Águeda: “O amor da pátria é um dos sentimentos mais elevados e nobres que distinguem a raça humana; é por ele que se afere o grau de nobreza de uma nação; é por ele que se determina a intensidade das luzes que iluminam o cérebro dos povos. (…) O que representa a bandeira nacional senão o símbolo da pátria? Amemos, pois, essa Bandeira, que o mesmo é amar a Pátria, defender a República.”

Amândio Tavares Camelo, para além da sua vertente artística e literária, era um homem com um grande coração, tendo “tocado” e inspirado muitos que se cruzaram com ele. A família vai evoluindo e é lindo ver cada vez mais crianças a beberem deste ambiente fraternal. Também não esquecemos os que vão partindo para o Além. A vida vai cumprindo o seu desígnio.

Esta festa foi realizada na sede da “sua” Banda de Casal d’Álvaro. Agradecemos a cedência das instalações à direção da Sociedade Musical Alvarense.

Tiago Tavares Abrantes

- pub -

VII Encontro Familiar em Casal de Álvaro

Na nossa família já sabemos, o dia 10 de Junho não é apenas o Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas, é também o dia em que os descendentes de Amândio Tavares Camelo, um humanista de Casal de Álvaro, se reúnem num salutar convívio. Nenhum dos 5 filhos – Diniz, Lucínia, José, Joaquim e Rosa – já se encontra entre nós, mas os netos, bisnetos e trinetos aproveitam este importante feriado nacional para se encontrarem e fortalecerem os laços familiares. Vêm do Norte, do Sul e do estrangeiro, mas a maioria reside no distrito de Aveiro, com incidência na bela região de Águeda.

Amândio Camelo nasceu a 5 de junho de 1891 e faleceu em 1978. Foi músico fundador da Banda de Casal d’Álvaro, em 1905, foi combatente na 1ª Guerra Mundial, na frente de Moçambique, em Palma, e foi correspondente, durante décadas, no antigo jornal Independência d’Águeda.

Recentemente, descobri que o avô foi também um dos músicos fundadores do Jazz Camisas Verdes, em 1935, juntamente com António Figueiredo, Manuel Figueiredo, A. Lavoura, Domingos de Oronhe, Jaime do Casaínho e Ludgero Camelo. Este Jazz estava ligado à Banda de Casal d’Álvaro, inclusive, o maestro da banda também tocava no jazz, o António Figueiredo.

Para além de grande amante musical – tocando vários instrumentos, como violino, flauta e saxofone – o avô Amândio sentia-se bem à volta dos livros, dos jornais, da poesia. “Ter muito amor às letras e ter lido Camilo e Júlio Diniz”, responde o avô, em 1924, a António de Cértima, intelectual de Oliveira do Bairro, que transcreve, no seu livro “Epopeia Maldita”, uma carta do nosso avô à sua amada, escrita antes de embarcar para Moçambique, em 1916.

Faz todo o sentido o convívio ser no Dia de Portugal, pois o avô era um admirador da poesia de Camões e, tal como os irmãos Joaquim e António, e o pai, João Tavares Lavoura, eram patriotas, comungando do ideal republicano. Escreve o avô em 1913, no Independência d’Águeda: “O amor da pátria é um dos sentimentos mais elevados e nobres que distinguem a raça humana; é por ele que se afere o grau de nobreza de uma nação; é por ele que se determina a intensidade das luzes que iluminam o cérebro dos povos. (…) O que representa a bandeira nacional senão o símbolo da pátria? Amemos, pois, essa Bandeira, que o mesmo é amar a Pátria, defender a República.”

Amândio Tavares Camelo, para além da sua vertente artística e literária, era um homem com um grande coração, tendo “tocado” e inspirado muitos que se cruzaram com ele. A família vai evoluindo e é lindo ver cada vez mais crianças a beberem deste ambiente fraternal. Também não esquecemos os que vão partindo para o Além. A vida vai cumprindo o seu desígnio.

Esta festa foi realizada na sede da “sua” Banda de Casal d’Álvaro. Agradecemos a cedência das instalações à direção da Sociedade Musical Alvarense.

Tiago Tavares Abrantes

MAIS PARA SI