A Capital Portuguesa da Cultura 2024 em Aveiro arranca com a festa de passagem de ano e a estreia, neste dia, de uma obra do compositor Pedro Lima no Concerto de Ano Novo pela Orquestra Filarmonia das Beiras.
Esta é a primeira etapa do programa Aveiro 2024, que adota o lema “O ano como palco. Um cenário infinito” e já conta com cerca de uma centena de iniciativas para o primeiro trimestre, incluindo concertos, estreias e antestreias de cinema, espetáculos de teatro e dança, exposições, encontros com autores, residências artísticas, programas para escolas e famílias, apostando na “descentralização de eventos, redes de colaboração, processos de participação, ações de mediação”, conforme destacado por José Pina, o coordenador da Capital Portuguesa da Cultura, no programa divulgado para o primeiro trimestre.
Ao longo do ano, músicos como Jorge Palma, Mary Ocher, Rodrigo Amado e Ricardo Toscano, bem como coreógrafos como Rui Horta, Monica Calle, Tânia Carvalho e Marlene Monteiro Freitas, marcarão presença em Aveiro. Além disso, espetáculos do Teatro Nacional São João do Porto, do Nacional D. Maria II de Lisboa e da Companhia Nacional de Bailado, juntamente com estruturas estrangeiras, portuguesas e de países de língua oficial portuguesa, como a guineense Circus Baobab, serão apresentados, destacando-se a estreia nacional de “Yé!” em março.
Uma escultura de Rui Chafes, a ser inaugurada a 10 de junho, Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas, permanecerá no centro da cidade, na rotunda das Pontes, para além do período dedicado à Capital da Cultura.
O evento foi dividido em quatro momentos, um por trimestre, que abordam a relação da cultura com a identidade, democracia, sustentabilidade e tecnologia. Conteúdos originais foram encomendados para cada um dos temas, abrangendo propostas para as artes performativas, exposições, cinema, literatura, espaço público, gastronomia e pensamento.
Embora o Aveiro 2024 inicie com a festa da passagem de ano e o Concerto de Ano Novo, dirigido pelo maestro Martim Sousa Tavares, a abertura oficial está marcada para 26 de janeiro, data do testamento da condessa Mumadona Dias, do ano de 959, que inclui a primeira referência conhecida ao nome da cidade.
O testamento será exibido na mostra “Sal de Aveiro. Sal da Vida. Sal do Mundo”, que estará patente no Museu da Cidade a partir dessa data. A sessão oficial de abertura contará com a atuação da compositora e guitarrista Marta Pereira da Costa no Teatro Aveirense.
Antes desta data, a programação já inclui espetáculos como “Salomé”, de Monica Calle, sobre o poema de Oscar Wilde, a história encenada “A Manta”, de Cláudia Stattmiller, a dança de Martina Griewank Ambrózio em “Galochas”, a estreia de “Under a Water Sky – Um Conto em Música”, de Helder Bruno, e os concertos de Rodrigo Leão, da banda de blues Peter Storm & The Blues Society, dos saxofonistas Rodrigo Amado e Ricardo Toscano, e de Carolina Deslandes, que atuará nas Festas de S. Gonçalinho.
No destaque do primeiro trimestre, estão os espetáculos “Pieris Napi”, dos Papillons d’Éternité (Tânia Carvalho e Matthieu Ehrlacher), com o Grupo Folclórico da Casa do Povo de Cacia, a estreia de “Glimmer”, de Rui Horta e Micro Audio Waves, bem como os concertos de Jorge Palma e dos Capitão Fausto, todos em fevereiro.
Em março, destacam-se o teatro de Susanne Kennedy, com “Angela (a strange loop)”, e a estreia do espetáculo multidisciplinar da Vortice Dance Company “Via Sacra: A Journey of Light”.
No campo do cinema, a primeira sessão acontece a 09 de janeiro, com duas produções do realizador Joaquim Pavão: a estreia da longa-metragem “Sonhos” e o filme-concerto “Dentre 3.28”. Em fevereiro, haverá a antestreia de “O Vento Assobiando nas Gruas”, filme de Jeanne Waltz a partir do romance homónimo de Lídia Jorge. Em março, será a vez de “Noites de Cinema”, de Luís Diogo, e de “As Aves”, de Pedro Magano, filme inspirado na obra de Mia Couto.
Para o segundo trimestre, foram já anunciadas produções como “Idiota”, da coreógrafa e bailarina Marlene Monteiro Freitas, “Mercado das Madrugadas”, projeto multidisciplinar de Patricia Portela, “Fado Alexandrino”, com base em Lobo Antunes, pelo Teatro Nacional S. João, “Quis Saber Quem Sou”, a nova produção do Teatro Nacional D. Maria, e a abertura das exposições “O Exercício da Liberdade – Obras da Coleção de Serralves” e “Passado e futuro do azulejo em Portugal”, em colaboração com o Museu Nacional do Azulejo.
As comemorações oficiais do Dia da Marinha, em maio, também fazem parte da programação, assim como a Feira do Livro, em julho.
Aveiro é a primeira cidade com o título de Capital Portuguesa da Cultura, retomado por iniciativa do Ministério da Cultura, cerca de 20 anos depois de Coimbra e Faro terem sido capitais nacionais da Cultura, em 2003 e 2005, respetivamente.
As três primeiras edições da nova iniciativa cabem às finalistas vencidas da candidatura a Capital Europeia da Cultura 2027 (Aveiro, Braga e Ponta Delgada), até que Évora assuma o seu título, daqui por três anos.
Aveiro tem um programa de oito milhões de euros e vai manter o plano de investimentos previsto na candidatura vencida, ainda