A união gerada pela seleção portuguesa e a emoção de ver este sonho de chegar à final do Campeonato do Mundo são algo realmente especial.
Hoje, o andebol em Portugal vive uma efervescência única, quase mágica. A seleção nacional não está apenas a jogar por uma medalha, mas a representar o espírito de um país inteiro, o coração pulsante de uma comunidade que sempre acreditou no potencial da modalidade, mas que, por muito tempo, viu esse potencial à sombra de outras grandes paixões desportivas.
No entanto, a história está a ser escrita agora, com cada golo e cada defesa, e o que se está a passar nos pavilhões do Campeonato do Mundo é um reflexo de algo muito maior do que simples jogos ou vitórias.
O andebol de hoje em Portugal não é mais algo que acontece só em pavilhões afastados ou em treinos anónimos. É agora uma paixão que tem o poder de parar o país, de unir amigos e até famílias inteiras.
Aquele sonho da final do Campeonato do Mundo está agora mais palpável do que nunca.
Quando hoje se diz “ninguém vai treinar, porque o verdadeiro treino será assistir ao jogo da seleção”, estamos a expressar algo que vai além de uma simples frase. Estamos a ilustrar a magia do desporto, a forma como, num único momento, ele nos transporta para um estado de pura conexão, onde todos os jogadores, todos os fãs e todas as emoções se entrelaçam.
Durante 60 minutos, estamos todos juntos, com um único objetivo, em sintonia com a equipa. Não importa onde estamos ou o que estamos a fazer, todos vivemos aquele jogo de forma coletiva, como se estivéssemos no pavilhão, nas bancadas, a dar o nosso apoio como se estivéssemos a jogar ao lado deles.
No fundo, todos somos parte daquele treino, daquele esforço, daquela luta.
E o que torna tudo ainda mais impressionante é a transformação que a seleção portuguesa de andebol trouxe para o país.
De repente, uma modalidade que competia pela atenção ao lado de desportos mais populares tornou-se uma referência de talento e união. O apoio que se sente e que se vê crescer nas redes sociais não é só uma onda passageira; é a concretização de um processo de amadurecimento da modalidade em Portugal.
O FaceHandball, como se diz, é mais do que um fenómeno nas redes sociais. É um reflexo de uma mudança na forma como o andebol está a ser visto e vivido no país.
O andebol já não é mais uma modalidade de nicho, mas uma paixão que envolve pessoas de todas as idades, de todos os cantos de Portugal, em qualquer lugar onde se respire desporto.
As redes sociais passaram a ser um reflexo dessa energia vibrante, onde adeptos, ex-jogadores e novos fãs se unem em torno de algo muito maior do que qualquer jogo.
E, claro, os ídolos de hoje são agora a referência para os mais jovens, que olham para os atletas da seleção portuguesa com a mesma admiração com que antes se admiravam os grandes nomes internacionais.
Se antes os modelos a seguir eram Vujovic, Bertrand Gille, Domagoj Duvnjak ou Ferrán Solé, agora há uma geração de jogadores portugueses que carrega essa responsabilidade e essa honra.
Eles não são apenas atletas; são faróis de inspiração para os jovens que se apaixonaram pelo desporto e agora têm figuras que podem ver todos os dias, a lutar por uma causa comum.
O que antes era o sonho de um pequeno grupo de jogadores está agora a ser vivido por toda uma nação.
O meu sonho de imaginar uma final agora faz parte da realidade de milhões de portugueses.
E essa magia é o que torna o desporto uma experiência única.
Ao falarmos do esforço coletivo de todos os que formam o ecossistema do andebol, desde os clubes até às famílias, percebemos que o desporto é um elo que une, que transcende o campo e chega à vida de cada um.
A seleção joga por todos: clubes, associações, treinadores, dirigentes, árbitros e, claro, as famílias. É um reconhecimento profundo de tudo o que está por trás de cada conquista.
Não são apenas os jogadores que merecem aplausos. São todos aqueles que, silenciosamente, têm dado o seu apoio e contribuído para que este momento seja possível.
O andebol é um movimento, uma rede de pessoas ligadas não apenas pelo amor ao desporto, mas pela paixão pelo que ele representa.
Quando o hino toca antes do jogo e as primeiras jogadas começam, todos sentimos que estamos a lutar juntos, de mãos dadas, em busca de uma vitória que transcende o campo.
“Joguem por nós, vençam por nós.”
Este é um pedido de coração, mas também uma promessa de que, independentemente do resultado, o verdadeiro tesouro deste Campeonato do Mundo já foi alcançado: a união, a paixão e a certeza de que o andebol em Portugal tem uma história que, agora, é nossa.
E, com ela, o futuro, que se constrói em cada remate, em cada defesa e em cada sorriso dos jovens que sonham um dia estar naquele campo.
Hoje, mais do que nunca, é hora de todos estarmos juntos, a torcer e a viver este sonho coletivo.
Que seja um jogo histórico!
Hoje, todos estamos a jogar.
E isso é a verdadeira vitória.
E mais não digo…
Fotos: Federação Portuguesa de Andebol (Redes Sociais)
