A Orquestra e o Coro XXI apresentam-se no Centro de Artes de Águeda no sábado, 26 de abril, às 21h30, com um programa que assinala a celebração da Páscoa através de uma das obras mais emblemáticas da música sacra do romantismo tardio: o Requiem de Gabriel Fauré.
Com uma abordagem distinta das correntes dominantes da sua época, Fauré afastou-se da solenidade trágica característica de outros réquiens do século XIX. A sua obra invoca antes uma espiritualidade serena, com elementos que remetem ao canto gregoriano e harmonias impressionistas. O resultado é uma leitura intimista e contemplativa da morte, onde a luz e a esperança prevalecem sobre o sofrimento e o drama.
O concerto inicia-se com a Serenata n.º 2 de Johannes Brahms, dedicada à pianista Clara Schumann. Embora menos conhecida do grande público, esta peça é frequentemente considerada a primeira obra orquestral do compositor alemão, revelando já a sensibilidade e mestria que marcariam a sua produção sinfónica posterior.
Entre as duas obras de maior dimensão, o Coro XXI interpretará ainda o moteto Sitivit anima mea, do compositor português Manuel Cardoso. Escrita para seis vozes, esta curta peça polifónica é uma meditação sobre a morte, e funciona neste contexto como um prelúdio espiritual ao Requiem de Fauré, ao mesmo tempo que presta homenagem a um dos grandes nomes da polifonia sacra da Renascença portuguesa.
Os bilhetes encontram-se disponíveis na bilheteira do Centro de Artes de Águeda e online através do link: https://bit.ly/4chaAN3.
Esta será uma oportunidade rara para ouvir ao vivo três visões distintas sobre a espiritualidade e a condição humana, num concerto que promete marcar a programação cultural desta primavera em Águeda.