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PPD/PSD.CDS-PP vence em todas as freguesias do concelho de Águeda nas Legislativas 2025 — PS e Chega quase empatados no segundo lugar

O concelho de Águeda foi a votos este domingo, 18 de maio de 2025, para eleger os seus representantes à Assembleia da República, num ato eleitoral que mobilizou uma significativa parte da população. Os resultados foram elucidativos e confirmam uma mudança clara no mapa político local: a coligação PPD/PSD.CDS-PP (Aliança Democrática) conquistou uma vitória robusta, alcançando 40,73% dos votos expressos, e conseguiu vencer de forma transversal em todas as 11 freguesias do concelho — um feito que reforça a sua hegemonia no território aguedense.

O escrutínio revelou ainda um aceso duelo pelo segundo lugar entre o Partido Socialista (PS) e o Chega (CH), que terminaram separados por apenas 23 votos, evidenciando o crescimento do partido liderado por André Ventura e o desgaste do PS, que perdeu influência em várias freguesias onde outrora era dominante.

A elevada participação, situada em 62,54%, bem acima da média nacional, demonstrou um eleitorado empenhado, consciente do momento político e disposto a expressar nas urnas a sua visão para o país. Esta forte adesão reforçou não só a legitimidade do ato eleitoral, como também consolidou a presença da direita tradicional no concelho, num contexto de recomposição das forças políticas nacionais.

Partido/ColigaçãoVotosPercentagem
PPD/PSD.CDS-PP10.61540,73%
PS5.67721,78%
Chega5.65421,70%
Iniciativa Liberal1.2664,86%
Livre5822,23%
ADN4751,82%
Bloco de Esquerda3181,22%
CDU (PCP-PEV)2761,06%
PAN2340,90%
Outros (RIR, Volt, PPM…)< 100 cada< 0,5% cada
Votos Brancos4831,85%
Votos Nulos2440,94%
Participação26.061 votantes em 41.669 inscritos62,54%

FreguesiaPPD/PSD.CDS-PPPSCHIL
Águeda e Borralha39,9823,9720,075,83
Aguada de Cima40,8918,5627,573,35
Barro e Aguada de Baixo43,7518,5822,824,13
Belazaima, Castanheira e Agadão48,9717,8121,352,40
Fermentelos56,438,5919,655,72
Macinhata do Vouga37,1623,6323,443,08
Préstimo e Macieira de Alcoba42,2622,3522,124,42
Recardães e Espinhel36,5425,4020,295,80
Travassô e Óis da Ribeira41,7422,8317,544,28
Valongo do Vouga36,1324,9123,584,12
Trofa, Segadães e Lamas do Vouga38,3821,4823,274,75

ANÁLISE FREGUESIA A FREGUESIA

Águeda e Borralha

  • Votantes: 7.289 (62,02%)
  • PPD/PSD.CDS-PP: 39,98% (2.914 votos)
  • PS: 23,97% (1.747)
  • CH: 20,07% (1.463)
  • Destaques: A coligação lidera com larga margem, mas nota-se aqui uma forte polarização com PS e Chega em disputa direta pelo segundo lugar. A IL destaca-se com 5,83%.

Aguada de Cima

  • Votantes: 2.118 (58,88%)
  • PPD/PSD.CDS-PP: 40,89% (866 votos)
  • CH: 27,57% (584)
  • PS: 18,56% (393)
  • Destaques: Um dos palcos mais significativos para o crescimento do Chega, que ultrapassa o PS. A direita soma mais de 70% dos votos. Forte abstenção.

Barrô e Aguada de Baixo

  • Votantes: 1.744 (61,24%)
  • PPD/PSD.CDS-PP: 43,75% (763)
  • CH: 22,82% (398)
  • PS: 18,58% (324)
  • Destaques: A coligação destaca-se com margem confortável. Chega e PS trocam posições, com o primeiro a ganhar espaço à custa de uma erosão do segundo.

Belazaima do Chão, Castanheira do Vouga e Agadão

  • Votantes: 876 (66,16%)
  • PPD/PSD.CDS-PP: 48,97% (429)
  • CH: 21,35% (187)
  • PS: 17,81% (156)
  • Destaques: Uma das freguesias com maior adesão e maior votação da coligação vencedora. O PS afunda para terceiro lugar, longe do domínio de outrora.

Fermentelos

  • Votantes: 1.852 (65,84%)
  • PPD/PSD.CDS-PP: 56,43% (1.045)
  • CH: 19,65% (364)
  • PS: 8,59% (159)
  • Destaques: O resultado mais expressivo da noite. A coligação recolhe mais de metade dos votos. O PS tem aqui o seu pior desempenho no concelho.

Macinhata do Vouga

  • Votantes: 1.655 (55,09%)
  • PPD/PSD.CDS-PP: 37,16% (615)
  • PS: 23,63% (391)
  • CH: 23,44% (388)
  • Destaques: Um empate técnico entre PS e CH pelo segundo lugar, separados por apenas 3 votos. A coligação mantém a liderança, mas sem folga.

Préstimo e Macieira de Alcoba

  • Votantes: 452 (60,59%)
  • PPD/PSD.CDS-PP: 42,26% (191)
  • PS: 22,35% (101)
  • CH: 22,12% (100)
  • Destaques: Resultados muito semelhantes a Macinhata, com uma vitória confortável da AD e um empate técnico PS/CH. Freguesia pequena mas com participação elevada.

Recardães e Espinhel

  • Votantes: 3.465 (65,19%)
  • PPD/PSD.CDS-PP: 36,54% (1.266)
  • PS: 25,40% (880)
  • CH: 20,29% (703)
  • Destaques: Freguesia com disputa mais equilibrada. A AD vence, mas o PS consegue aqui um dos seus melhores resultados, segurando o segundo lugar.

Travassô e Óis da Ribeira

  • Votantes: 1.380 (68,76%)
  • PPD/PSD.CDS-PP: 41,74% (576)
  • PS: 22,83% (315)
  • CH: 17,54% (242)
  • Destaques: Forte adesão eleitoral. A AD vence com clareza, mas o PS segura o segundo lugar, embora em queda face ao crescimento do Chega.

Valongo do Vouga

  • Votantes: 2.549 (60,47%)
  • PPD/PSD.CDS-PP: 36,13% (921)
  • PS: 24,91% (635)
  • CH: 23,58% (601)
  • Destaques: Um dos resultados mais equilibrados. A coligação lidera, mas PS e CH travam aqui uma dura batalha pelo segundo lugar.

Trofa, Segadães e Lamas do Vouga

  • Votantes: 2.681 (66,25%)
  • PPD/PSD.CDS-PP: 38,38% (1.029)
  • CH: 23,27% (624)
  • PS: 21,48% (576)
  • Destaques: Tal como noutras freguesias, a direita ultrapassa os 60%. O PS cai para terceiro, com o Chega a consolidar o segundo lugar.

Análise Política Detalhada

O cenário político traçado pelos resultados das legislativas de 2025 no concelho de Águeda evidencia uma viragem decisiva na correlação de forças partidárias, com a Aliança Democrática (PPD/PSD.CDS-PP) a afirmar-se como a grande vencedora. O domínio da coligação foi total, com vitórias em todas as 11 freguesias, evidenciando uma implantação transversal e robusta em todo o território — desde freguesias rurais e de baixa densidade populacional, até centros urbanos com eleitorado mais heterogéneo.

O caso mais expressivo é o de Fermentelos, onde a AD alcançou 56,43% dos votos, distanciando-se em mais de 35 pontos percentuais do segundo classificado. Esta freguesia revelou-se um bastião da coligação, onde o eleitorado não só rejeitou as alternativas à esquerda, como penalizou fortemente o PS, que aí ficou abaixo dos 10%. Este resultado é sintomático de uma reconfiguração do eleitorado tradicional socialista, que parece ter transferido parte significativa do seu apoio para o Chega ou, em menor escala, para a Iniciativa Liberal.

Mesmo em zonas mais disputadas, como Macinhata do Vouga (37,16%), Valongo do Vouga (36,13%) e Trofa, Segadães e Lamas do Vouga (38,38%), a coligação conseguiu segurar o primeiro lugar, demonstrando solidez organizativa e uma rede de apoio consolidada, fruto de anos de presença autárquica e enraizamento local.

O Partido Socialista (PS), por sua vez, sofreu uma das maiores quebras da sua história recente no concelho de Águeda. Se nas últimas eleições ainda mantinha hegemonia ou competitividade em várias freguesias, nesta votação viu-se relegado para o terceiro lugar em freguesias como Fermentelos, Aguada de Cima, Barro e Belazaima, e com votações abaixo dos 20% em diversos pontos do território. A sua base tradicional parece estar a fragmentar-se, exposta tanto ao desgaste da governação nacional como à incapacidade de mobilização local. O PS apenas conseguiu manter o segundo lugar em freguesias como Recardães e Espinhel (25,40%) e Águeda e Borralha (23,97%), onde ainda conserva núcleos organizativos mais fortes e eleitorado fiel.

O Chega teve uma prestação que confirma o seu crescimento sustentado no concelho. Com 21,70% dos votos, quase empatando com o PS a nível global, o partido conseguiu ser a segunda força mais votada em seis freguesias: Aguada de Cima, Barro e Aguada de Baixo, Belazaima, Fermentelos, Macinhata do Vouga e Trofa. Em Aguada de Cima, obteve mesmo 27,57% dos votos, o seu melhor resultado local. Este desempenho traduz um reflexo da penetração do discurso populista e do aproveitamento de sentimentos de descontentamento, quer com os partidos tradicionais, quer com o sistema político em geral. A sua ascensão ameaça diretamente o PS, mas também coloca pressão sobre a AD, sobretudo em zonas onde os eleitorados são contíguos.

A Iniciativa Liberal (IL), com 4,86% a nível concelhio, reforçou a sua posição como quarta força política local. Apesar de não disputar os lugares cimeiros, obteve resultados relevantes em freguesias urbanas e semiurbanas como Águeda e Borralha (5,83%), Recardães e Espinhel (5,80%) e Fermentelos (5,72%), demonstrando capacidade de captar o voto urbano, jovem e economicamente liberal. O crescimento da IL, embora ainda limitado, indica um espaço político próprio, que poderá ser ampliado se continuar a apresentar propostas diferenciadoras.

Por outro lado, os partidos da esquerda plural — Livre, BE, CDU e PAN — confirmaram a sua perda de relevância no concelho. Nenhum deles superou os 3% de votos. As votações foram residuais em praticamente todas as freguesias, sinalizando fragmentação ideológica, desmobilização e ausência de propostas locais com impacto mediático ou mobilizador. O Livre, que beneficiou de uma dinâmica nacional em ascensão, não conseguiu replicar localmente essa tendência. O BE e a CDU, outrora com expressão em núcleos operários ou estudantis, foram marginalizados, muitas vezes ficando abaixo de partidos de nicho como o ADN.

Conclusões Finais Reforçadas

  1. A direita tradicional liderada pela AD conquistou uma vitória total, beneficiando de um eleitorado fiel, da solidez da sua estrutura autárquica e da fragmentação à esquerda. Com mais de 40% dos votos, assegura um posicionamento dominante para os próximos ciclos eleitorais, incluindo as autárquicas de 2025.
  2. O Chega consolidou-se como a nova força emergente, e o seu crescimento deverá preocupar tanto o PS como a AD. O partido não é apenas um fenómeno passageiro: tem expressão sustentada e capacidade de conquistar eleitorado descontente, sobretudo em territórios de classe média-baixa, rurais ou em transição económica.
  3. O PS vive uma crise estrutural, visível no recuo em quase todas as freguesias, na perda de contacto com o eleitorado tradicional e na ausência de mensagens mobilizadoras. A sua manutenção como segunda força geral está em risco real nas próximas eleições.
  4. A Iniciativa Liberal afirma-se como alternativa no eleitorado urbano e jovem, com potencial de crescimento se conseguir ancorar quadros locais e reforçar a presença autárquica.
  5. A esquerda plural está em retração profunda, sem presença significativa nem renovação política visível. A sua irrelevância atual poderá conduzir a reconfigurações ou alianças, sob pena de continuar a perder espaço.
  6. A elevada taxa de participação (62,54%) reforça a legitimidade democrática do sufrágio e revela uma população politicamente atenta e exigente, num contexto em que o país debate a estabilidade governativa e a qualidade das instituições.

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