A crise de falta de pessoal na Unidade de Saúde de Valongo do Vouga atingiu níveis críticos, impactando o atendimento à população. Desde o início de agosto e até 15 de setembro de 2024, o serviço telefónico está suspenso entre as 12h e as 13h, deixando os utentes sem possibilidade de contacto durante esse período. Esta medida drástica reflete a profunda escassez de recursos humanos, que afeta diretamente o funcionamento diário da unidade.

Os problemas de falta de pessoal na região não são novos. Em 2022, autarcas locais já tinham alertado para a aposentação iminente de vários médicos na região de Valongo do Vouga e Macinhata do Vouga, o que gerou grande preocupação quanto à capacidade de manter os cuidados de saúde de proximidade. A redução no número de profissionais disponíveis provocou um efeito dominó, resultando em tempos de espera mais longos e dificuldades de acesso aos serviços essenciais.

Apesar de a Administração Regional de Saúde do Centro (ARS Centro) e o Agrupamento de Centros de Saúde (ACeS) Baixo Vouga garantirem que as unidades de saúde continuarão a funcionar, a realidade no terreno é diferente. O aumento da carga de trabalho para os profissionais restantes e a falta de reposição de médicos reformados agravam a situação, levando à adoção de soluções temporárias que, muitas vezes, não conseguem cobrir as necessidades da população.

Esta crise expõe a fragilidade do sistema de saúde local e a urgência de encontrar soluções permanentes para garantir o acesso aos cuidados de saúde, especialmente em áreas mais rurais e menos servidas. As populações estão, assim, a enfrentar grandes desafios no acesso aos cuidados de saúde, com limitações que não só afetam o atendimento imediato, mas também comprometem o acompanhamento de situações clínicas mais complexas.

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