Filipe Falcão, presidente da Junta de Freguesia de Valongo do Vouga, numa entrevista exclusiva à TVC/Notícias de Águeda, traçou um quadro dos momentos de desespero que marcaram a freguesia nos últimos dias, enquanto incêndios violentos consumiam as florestas e ameaçavam casas e vidas. Entre elogios e gestos de gratidão, Falcão não escondeu a emoção ao descrever os atos heróicos dos homens da Unidade Local de Proteção Civil de Valongo do Vouga, que enfrentaram o inferno de chamas para proteger a comunidade.
“Estes homens deram tudo, arriscaram as suas vidas sem hesitar para salvar as nossas casas, as nossas famílias. Foram dias difíceis, com fogo a cercar-nos de todos os lados, e com tantas ocorrências em simultâneo, foi uma batalha diária. Mas a coragem destes operacionais nunca vacilou”, afirmou Filipe Falcão, visivelmente tocado pela intensidade da tragédia.
Falcão descreveu como a freguesia, uma das mais atingidas pela onda de incêndios, viu-se quase impotente perante a magnitude das chamas, com vários pontos de ignição a aparecer de forma incontrolável. Apesar das limitações em recursos e da falta de tempo para acudir a todas as emergências, ele destacou como o esforço coordenado conseguiu evitar perdas humanas significativas e minimizar a destruição de bens. “Tivemos momentos em que pensámos que tudo estava perdido, mas, graças à dedicação destes heróis anónimos, em conjunto com os bombeiros, conseguimos preservar vidas e salvar muitos bens.”
Por seu lado, Rui Mota, secretário da Junta de Freguesia, salientou o papel crucial do apoio social prestado durante estes dias de crise. “Foram momentos de muita angústia para todos nós. As famílias viram-se cercadas pelo fogo, e muitos perderam os seus bens. O trabalho de assistência e suporte foi árduo, mas necessário”, explicou, sublinhando as dificuldades enfrentadas pela população de Valongo do Vouga, mas também a solidariedade e união que se viveram em momentos de extrema fragilidade.
O presidente da Junta foi enfático ao afirmar que este esforço não pode passar despercebido. “É preciso reconhecer o sacrifício destes homens. Eles não são apenas bombeiros ou voluntários, são pais, filhos, maridos que deixaram as suas famílias para proteger