As autoridades detiveram um homem de 67 anos, residente em Pedaçaes, Águeda, por suspeitas de envolvimento em vários incêndios florestais nos concelhos de Albergaria-A-Velha e Águeda. O indivíduo é apontado como o autor de quatro focos de incêndio, ocorridos no passado dia 15 de setembro, em Paus, Albergaria-A-Velha, e em julho, nas localidades de Branca, São Marcos (Albergaria) e Serém (Águeda).
A investigação, conduzida pelo Departamento de Investigação Criminal de Aveiro da Polícia Judiciária, com o apoio da Guarda Nacional Republicana, sugere que o suspeito terá agido num quadro de compulsividade, sem uma motivação lógica ou racional. Os investigadores não encontraram explicações claras para os seus atos, reforçando a ideia de um comportamento impulsivo e descontrolado.
O suspeito utilizava chama direta para iniciar os incêndios em áreas florestais densas, muitas delas próximas de habitações e infraestruturas industriais, o que gerou grande preocupação entre os residentes locais e as autoridades. A rápida propagação das chamas, em parte devido às condições de calor e vento, tornou o combate às mesmas particularmente difícil para as equipas de bombeiros, levando a um aumento do nível de alerta na região.
A população de Albergaria-A-Velha e Águeda, que tem sofrido com incêndios nos últimos anos, mostrou-se alarmada com a situação, tendo o fogo ameaçado diversas propriedades e locais sensíveis. Estes incêndios, além de causar prejuízos materiais, também afetam gravemente o meio ambiente e colocam em risco vidas humanas.
A detenção do homem, que foi efetuada fora de flagrante delito, foi possível graças às evidências recolhidas pelas autoridades ao longo das investigações. O suspeito foi presente ao Tribunal de Aveiro, onde será submetido ao primeiro interrogatório judicial, que determinará as medidas de coação a aplicar. É possível que o homem venha a aguardar julgamento em prisão preventiva, dada a gravidade dos crimes e o risco de reincidência.
Este caso volta a levantar questões sobre a prevenção de incêndios em Portugal, bem como sobre a identificação de indivíduos que, sob impulsos descontrolados, podem representar uma ameaça à segurança pública. As autoridades locais reforçaram o apelo à população para estar atenta a comportamentos suspeitos, particularmente em zonas florestais, e para colaborar ativamente na proteção das comunidades e dos recursos naturais.
Enquanto as investigações prosseguem para apurar se o homem poderá estar envolvido noutros incêndios, os meios de combate aos fogos continuam a ser reforçados na região, com patrulhas constantes e campanhas de sensibilização junto da população. A situação de perigo continua elevada, e o concelho de Águeda, tal como outros na região, permanece em alerta, enquanto se espera a resolução judicial do caso.