O concelho de Águeda verá o seu mapa administrativo ajustado nas próximas eleições autárquicas, passando de 11 para 15 freguesias. Todas as propostas de desagregação apresentadas pelo município foram aprovadas pelo Grupo de Trabalho das Freguesias da Assembleia da República, o que reflete o reconhecimento das especificidades territoriais e identitárias das comunidades locais.

Com esta decisão, Águeda consolida-se como um dos municípios mais bem-sucedidos no distrito de Aveiro no processo de reorganização administrativa, ao contrário de outras propostas no distrito que foram rejeitadas.

Rejeições em outros concelhos

Embora Águeda tenha conseguido a aprovação de todas as suas propostas, outros municípios do distrito de Aveiro não tiveram a mesma sorte. Entre os cinco processos de desagregação rejeitados pelo Grupo de Trabalho das Freguesias, destacam-se as iniciativas de Requeixo, Nossa Senhora de Fátima e Nariz, no concelho de Aveiro, e Bustos, Troviscal e Mamarrosa, no concelho de Oliveira do Bairro. Estas decisões geraram descontentamento entre os proponentes, que argumentam que a fusão original prejudicou a proximidade entre os órgãos administrativos e os cidadãos.

O novo mapa administrativo de Águeda

As freguesias que compõem o concelho de Águeda, após a reorganização, são:

• Agadão: recupera o seu estatuto de freguesia autónoma, destacando-se pelas suas características serranas e rurais;
• Aguada de Baixo: separa-se da antiga união com Barrô, voltando a ser uma freguesia independente;
• Águeda: mantém a sua posição como sede do município;
• Aguada de Cima: continua como freguesia autónoma, preservando a sua importância histórica e económica;
• Belazaima do Chão: volta a ter administração própria, após a desagregação da anterior união de freguesias;
• Castanheira do Vouga: reassume a sua autonomia, com forte ligação ao património natural e cultural;
• Barrô: recupera a independência administrativa, destacando-se pelo seu papel na história e identidade local;
• Borralha: preserva o seu estatuto de freguesia, sendo conhecida pela sua forte identidade comunitária;
• Fermentelos: mantém-se como freguesia autónoma, conhecida como a “Veneza da Beira”;
• Macinhata do Vouga: continua a desempenhar um papel importante como ligação ferroviária da região;
• Préstimo e Macieira de Alcôba: permanece como uma freguesia unificada, representando o território serrano;
• Recardães e Espinhel: mantêm-se unidas, com uma gestão conjunta das suas localidades e serviços;
• Trofa, Segadães e Lamas do Vouga: continuam como uma freguesia unificada, com identidade partilhada;
• Valongo do Vouga: reafirma-se como freguesia autónoma, refletindo a sua identidade comunitária;
• Travassô e Óis da Ribeira: permanecem unidas, valorizando a sua ligação ao Rio Águeda

A aprovação destas desagregações reflete o reconhecimento da diversidade territorial e das especificidades locais de Águeda, valorizando a proximidade administrativa e o reforço da identidade das freguesias. A decisão também é vista como um marco na reorganização administrativa pós-2013, que provocou controvérsias em várias localidades devido às fusões impostas na época.

Com o novo mapa administrativo, o município está preparado para enfrentar os desafios do futuro, promovendo uma maior coesão territorial e dando resposta às necessidades específicas de cada freguesia. Este processo deverá trazer impactos positivos para as comunidades locais, como uma gestão mais eficaz dos recursos e maior capacidade de representação das populações.