No passado domingo, dia 17 de novembro, o Centro de Artes de Águeda foi palco de uma cerimónia evocativa que marcou o encerramento das comemorações do centenário da morte de Adolfo Portela. A iniciativa, organizada pela Orquestra Típica de Águeda, o Orfeão de Águeda e a Escola Secundária Adolfo Portela (ESAP), celebrou a vida e obra deste ilustre aguedense, patrono da ESAP e autor do hino do concelho.

O evento abriu com um diálogo ficcionado, escrito por Alexandre Ferreira, aluno do 11.ºF, que interpretou Adolfo Portela, contracenando com Luana Lau, do 11.ºC. A interação conduziu o público a uma jornada pela vida e obra do poeta, numa representação rica em detalhes históricos e emocionais.

Durante o espetáculo, temas musicais foram acompanhados por projeções de imagens de Águeda no início do século XX, um trabalho coordenado pela professora Lúcia Pereira. As leituras de excertos das obras de Adolfo Portela – como “Orvalhadas” (1895), “Jornal do Coração” (1897) e “Toadas da Nossa Terra” (1908) – ficaram a cargo de vários alunos da escola, com orientação da professora Regina Gaspar.

Um dos momentos altos foi a apresentação da “Dança do Coro Final”, interpretada por alunas do 11.ºC e 11.ºF sob a direção da professora Cristina Canas, que também participou como dançarina. Vestidas de “tricanas”, as jovens encantaram o público, que acompanhou com palmas o refrão da música.

O evento culminou com a interpretação do Hino do Concelho de Águeda, cuja letra é da autoria de Adolfo Portela, uma peça que emocionou os presentes e relembrou o amor do poeta pela sua terra natal.

A cerimónia, além de honrar a memória de Adolfo Portela, ofereceu ao público uma viagem pela Águeda do passado, resgatando um sentimento de orgulho e admiração pelas raízes culturais e literárias do concelho. Como o próprio autor escreveu: “Sonhai-a pelos aspetos que dela vos dei; amai-a como eu a amo.”