As urgências do Hospital de Águeda voltam a encerrar portas, desta vez desde as 6h de segunda-feira até às 8h de terça-feira, deixando a população num verdadeiro estado de abandono. Este encerramento, apenas o mais recente de uma série perturbadora, reflete a profunda crise que assola o Sistema Nacional de Saúde (SNS). Com a falta crónica de médicos, que se recusam a trabalhar em condições cada vez mais insustentáveis, os habitantes de Águeda sentem-se abandonados e impotentes. Os doentes que necessitam de atendimento urgente terão de percorrer dezenas de quilómetros até ao hospital mais próximo, uma situação que pode significar a diferença entre a vida e a morte.
O que antes parecia uma medida temporária, tornou-se numa tragédia anunciada, com as urgências de Águeda a fecharem as portas com uma regularidade assustadora. A cada encerramento, a pressão sobre o SNS aumenta, mas as soluções tardam a chegar. A promessa de respostas concretas por parte do Ministério da Saúde, prevista para setembro, é aguardada com ansiedade, mas a desconfiança entre os moradores cresce a cada dia.
Entretanto, relatos de situações caóticas multiplicam-se: pacientes em estado grave obrigados a esperar horas por uma ambulância, filas intermináveis nos hospitais vizinhos e profissionais de saúde exaustos, ao limite das suas capacidades. A população exige, com crescente desespero, uma intervenção urgente que ponha fim a este pesadelo.
A cada minuto que passa, sem solução à vista, cresce o receio de que a próxima emergência possa ser fatal para quem depende de um sistema que está, claramente, à beira do colapso.