Numa operação conjunta entre as autoridades policiais de Portugal e Espanha, uma rede criminosa internacional que atuava há mais de oito anos foi desarticulada. O desfecho da operação, denominada Operação Montana e coordenada pela Europol desde 2021, resultou na detenção de 20 suspeitos após 13 buscas realizadas em território ibérico.
A Polícia Judiciária (PJ) revelou que a rede, especializada em tráfico de estupefacientes e branqueamento de capitais, utilizava identidades roubadas de cidadãos colombianos, portugueses, espanhóis e venezuelanos. Segundo informações divulgadas pela PJ, a rede é suspeita de ter “lavado” mais de 10 milhões de euros ao longo do seu período de atividade.
As investigações, que já duravam alguns anos, envolviam as autoridades espanholas, nomeadamente os Mossos d’Esquadra e a Polícia Nacional, que identificaram a participação ativa de cidadãos portugueses no branqueamento de capitais provenientes de Espanha.
No decorrer da Operação Montana, foram efetuadas duas buscas domiciliárias em Portugal, mais precisamente nas áreas de Ílhavo e Aveiro. Estas buscas visavam o principal suspeito, responsável pelo transporte físico de dinheiro de Espanha para Portugal.
O suspeito, identificado como um cidadão português, recebia instruções dos líderes da rede criminosa para recolher o dinheiro em território espanhol. Em seguida, transportava-o secretamente para Portugal em seu veículo, depositando-o em contas bancárias pertencentes a outros suspeitos, principalmente membros da diáspora portuguesa na América Latina, especialmente na Venezuela.
Na moradia onde o suspeito residia, localizada na zona de Aveiro, foram encontrados mais de 40 mil euros em dinheiro, máquinas para contar dinheiro, joias, barras de ouro, documentos bancários, uma arma de fogo e anotações que ligavam o suspeito ao branqueamento de dinheiro proveniente do tráfico de estupefacientes em Espanha.
Além da apreensão efetuada na residência do suspeito, a Operação Montana resultou na apreensão de um total de 156 mil euros em dinheiro, barras de ouro no valor de 35 mil euros, mais de 50 veículos, joias e 30 relógios de luxo, avaliados em 500 mil euros, além de dispositivos eletrónicos.
A operação também levou ao bloqueio de mais de 100 contas bancárias e 10 imóveis com um valor superior a 3 milhões de euros.
As investigações continuam em curso por parte das autoridades espanholas e portuguesas, com o objetivo de desmantelar completamente esta rede criminosa internacional.